Casagrande ajuda a frear movimentação de Eduardo Campos à presidência

Depois de criticar a antecipação do debate à sucessão presidencial, movimento iniciado pelo seu próprio partido, o governador Renato Casagrande, ao lado do governador do Piauí, Wilson Martins, se reuniu com o presidente do partido, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, para discutir o assunto.



O encontro aconteceu nessa quinta-feira (28), no Recife. Apesar de o processo de construção da candidatura socialista à presidência estar em fase adiantada, Campos ouviu as ponderações dos correligionários e decidiu que o partido não tem de entregar os cargos no governo Dilma Rousseff, como ele mesmo havia sugerido no mês passado.



O PSB tem dois postos importantes no governo federal, fruto das alianças de 2010. Além do Ministério da Integração Nacional, com Fernando Bezerra Coelho, o partido ocupa também a Secretaria Especial de Portos, com Leônidas Cristino.



A permanência no governo federal não significa, porém, que Campos tenha desistido da ideia de disputar a presidência. Segundo o jornal Valor Econômico desta sexta-feira (1), no encontro do Recife ficou acertado que os governadores e líderes do PSB vão realizar uma força-tarefa nos estados para elevar a imagem de Campos.



Uma das estratégias traçadas para esse implemento na imagem do governador pernambucano é a ocupação de metade do programa de rádio e TV do partido para ele. O governador também não teria deixado passar em branco sua irritação com os irmãos Gomes. O governador do Ceará Cid Gomes e o ex-ministro Ciro vêm criticando a postura do partido  e de Eduardo Campos de deixar o governo Dilma para se lançar na disputa.



Já Casagrande, embora não concorde com a antecipação do debate - o que para ele pode provocar decisões antecipadas e equivocadas -, preferiu não disparar contra o presidente do partido. A preocupação de Casagrande é com a unidade de sua base, que pode ficar estremecida com as movimentações em nível nacional com tanta antecedência.