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Cesan assinou contrato milionário com Odebrecht em 2008

As passagens pela Odebrecht do atual diretor da Cesan, Pablo Ferraço Andreão, e de um de seus antecessores, Paulo Ruy Carnelli, vêm sendo bastante criticada nos meios políticos e sindicais, desde que as delações de ex-executivos da empreiteira envolveram lideranças políticas do Estado no esquema de caixa 2. Pablo Ferraço foi diretor da divisão ambiental da empresa; Canelli, conselheiro. 
 
A propósito, à parte das delações da Odebrecht, o nome de Carnelli também é alvo de uma denúncia do Ministério Público Estadual (PMDB), que traz à tona a relação suspeita da Cesan com outra empreiteira, a Delta Construções S/A.
 
Se hoje o nome Odebrecht causa repulsa nos meios políticos, num passado recente, os projetos formados com a empreiteira eram comemorados como grandes conquistas pelo governador Paulo Hartung (PMDB).
 
Em 2008, a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) firmou um contrato milionário com a empreiteira para  obras de esgotamento sanitário nos municípios da Grande Vitória. À época, o contrato foi considerado o maior que a Cesan já assinara até então.
 
O então secretário estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Ruy Valim Carnelli, durante a solenidade de assinatura do contrato com Odebrecht, na Residência Oficial, na Praia da Costa, em Vila Velha, anunciou a aprovação de um financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as novas obras. Com isso, festejou Carnelli, à ocasião, “o investimento total em saneamento chegará a R$ 760 milhões até 2011. O contrato assinado hoje, no valor total de R$ 240,4 milhões, para obras de esgotamento sanitário vão beneficiar diretamente cerca de 210 mil  habitantes.
 
O contrato foi anunciado com pompa no site da própria Cesan, com fotos das autoridades para registrar o momento histórico. Dos R$ 240,4 milhões, R$ 121,2 milhões viriam de recursos do Banco Mundial (Bird) e R$ 119,2 milhões de contrapartida da companhia. Esse montante correspondia ao pacote de obras mais significativo do Programa Águas Limpas, dentro dos mais de R$ 700 milhões previstos para serem aplicados em saneamento no Estado até 2010, num investimento histórico na área.
 
À época da celebração do contrato, o presidente da Cesan era Ricardo Maximiliano Goldschmidt, que ficaria à frente da companhia por menos de dois anos. Em outubro de 2009, Goldschmidt passaria o bastão para Carnelli.
 
Homem de confiança do governador, Carnelli voltaria para acompanhar os novos contratos assinados com a Odebrecht. Sob sua gestão à frente da Cesan, como publicado nessa quinta-feira (21) pelo portal de notícias G1, Carnelli aparece envolvido num esquema que teria causado prejuízo de R$ 8,27 milhões à companhia. 
 
Os fatos teriam ocorridos, segundo a denúncia do MPES, entre 2008 e 2013. Até abril de 2003, a Cesan esteve sob o comando de Carnelli, que saiu para assumir a Secretaria de Transportes e Obras Públicas. Ele retornaria em outubro de 2009 para substituir Goldschmidt, que seria mantido na empresa na Diretoria de Relações com o Cliente. Goldschmidt é um dos investigados do MPES ao lado de outros diretores da Cesan.

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