O escândalo envolvendo as principais lideranças políticas do Estado nas delações da Odebrecht ganhou amplo destaque no site do jornal O Globo desta terça-feira (18). A reportagem do jornal carioca detalha os depoimentos dos ex-executivos da empreiteira envolvendo o governador Paulo Hartung (PMDB), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). “Odebrecht cita Hartung e Casagrande, atual e ex-governador do ES, em doações via caixa 2“, diz a chamada.
O site divulgou os trechos das delações de Benedicto Júnior e Sérgio Neves sobre os repasses de recursos para as campanhas de 2010 e 2012, em que o governador teria recebido R$ 1,08 milhão e o ex-governador R$ 1,8 milhão. Mas o que chama atenção são as respostas dadas pelos acusados, sobretudo a do governador Paulo Hartung.
O peemedebista insistiu na primeira justificativa dada ainda na semana passada, antes da divulgação do vídeo com o depoimento do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior sobre os detalhes das conversas com Hartung e os repasses para seus emissários Neivaldo Bragato, em 2010, e Roberto Carneiro, em 2012.
Ao jornal O Globo, Hartung afirmou que não disputou as eleições de 2010 e 2012. “Portanto, é leviana, mentirosa e delirante a citação de que ele teria recebido recursos da construtora Odebrecht. O governador afirma que acusações infundadas como essa só contribuem para confundir, tumultuar a investigação e manchar a trajetória das pessoas de forma irresponsável”.
Já Renato Casagrande, que é delatado por Sérgio Neves, nega que tenha negiciado valores dentro do Palácio Anchieta, quando era governador. O socialista admitiu que em 2010 pediu à Odebrecht recursos para a campanha, mas não especificou a quantia e que não pediu que os recursos fossem repassados por caixa dois.
Sobre a eleição de 2012, o ex-governador afirmou que os recursos vieram via PSB nacional e que solicitou o levantamento de toda a documentação referente às prestações de contas de suas campanhas.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, que é acusado pelos delatores de receber R$ 500 mil para a campanha de 2012, afirmou ao Globo que no vídeo fica claro que ele nunca teve contato com os executivos da empreiteira e que não houve nenhuma obra tocada pela Odebrecht em Vitória nos primeiros quatro anos de seu mandato.