A movimentação que decretou a derrocada do grupo do prefeito Gilson Daniel na disputa da Amunes deve ter repercussão dentro do PDT. O partido se reúne nesta segunda (27) para debater sua postura em relação ao governo do Estado e, se no início da semana a tendência era de pressão dos deputados que se alinham à oposição, o jogo parece ter virado.
O governador conseguiu desidratar a chapa de Gilson Daniel, investindo sobre alguns prefeitos do PDT, conseguindo tirá-los da disputa, com uma pressão, sobretudo, no presidente do partido, o deputado federal Sérgio Vidigal. A pressão palaciana deve trazer uma nova configuração para as articulações do partido e trazer controle à postura do PDT na Assembleia.
Dos três deputados do partido, dois já estavam de malas prontas para a oposição – Josias da Vitória e Euclério Sampaio. Já o deputado Rodrigo Coelho defende a permanência do partido na base do governador Paulo Hartung. O grupo de Da Vitória vinha crescendo dentro do partido, mas como o deputado foi um dos principais articuladores da candidatura de Gilson Daniel, levando prefeitos do PDT e de outros partidos para o grupo, ele pode ter saído enfraquecido do processo e chegar para o encontro em desvantagem.
Um dos assuntos a serem debatidos é a mudança na liderança do partido na Assembleia. Euclério era o líder e passou o cargo para Da Vitória, com anuência de Rodrigo Coelho. Como o deputado tem aumentado o tom contra o governo do Estado, o caso repercutiu dentro do partido e o governador passou a pressionar o presidente da sigla, para que o controle do PDT seja mantido.
O PDT sempre foi um dos grandes parceiros do governador Paulo Hartung nas disputas eleitorais e tem uma importância estratégica para 2018. Com a movimentação dos partidos rumo a 2018, o governador tenta acomodar os antigos aliados em seu grupo político.