Em meio à campanha dos deputados federais pela presidência da Câmara, um escândalo envolvendo o favorito na disputa, o líder do governo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pode favorecer a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) na disputa.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma parte do dinheiro das emendas orçamentárias do deputado potiguar foi destinada à empresa de um assessor do gabinete do próprio deputado. Como as articulações políticas para o próximo ano dificultam a vida do candidato do PSB ao cargo, o deputado mineiro Júlio Delgado, quem pode sair fortalecida na disputa é a deputada Rose de Freitas.
Escândalos políticos nunca prejudicaram a movimentação dos parlamentares devido ao forte corporativismo existente no legislativo, mas como a polêmica envolve emendas parlamentares e se trata do líder do governo, a situação pode afetar a campanha de Henrique Alves.
Alves tem o apoio declarado das maiores bancadas, como o PMDB, o PT, o DEM e o PSDB. Mas as denúncias trazidas à tona pela Folha podem esvaziar seu palanque. Por outro lado, Julio Delgado é do PSB, que tem como provável presidenciável o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O governo federal deve se movimentar no sentido de não permitir que o PSB conquiste a presidência da Casa. Rose é um nome muito agradável ao Palácio do Planalto, mas dentro da Casa não teria musculatura suficiente para conquistar a presidência. Mas, Rose saiu a campo e na impossibilidade de conquistar o voto dos líderes partidários vem pedindo voto do chamado baixo-clero.
Como a eleição para a Mesa da Câmara provavelmente será em dois turnos, nos bastidores ventila-se que Rose e Julio Delgado já costuraram uma manobra de apoio para o candidato que avançar à próxima fase, para vencer Henrique Alves.
Num primeiro momento o o mercado político entendeu que a candidatura de Rose de Freitas fosse uma manobra para dividir os votos de Júlio Delgado, garantindo uma vitória fácil ao deputado Henrique Alves. Mas o desempenho da parlamentar do Espírito Santo na votação da urgência e da derrubada da sessão que votaria o veto ao projeto de redistribuição dos royalties trouxe a parlamentar para o centro das atenções, fortalecendo seu nome na disputa.