Foto: Rogério Medeiros
Os representantes das entidades que compõem o Comitê Estadual da Reforma Política se reuniram, na manhã desta sábado (26), no Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), para discutir a organização de um plebiscito popular, com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional para a aprovação de uma Constituinte para a votação da proposta. O encontro contou com a participação de agentes políticos, jovens e militantes de movimentos sociais.
Passaram pelo encontro a deputada federal Iriny Lopes (PT) e o ex-subsecretário estadual de Direitos Humanos, Perly Cypriano (PT). Ambos relembraram a questão do campo, que hoje registra o crescimento de suas organizações. Chamou atenção que a maior parte do público veio do movimento campesino – que agrega o Movimento dos Sem Terras (MST), Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), além da área sindical.
A deputada lembrou que o caso dos ruralistas é flagrante, uma vez que existe uma disparidade entre as bancadas que representam o agronegócio e os interesses do campo. “Cerca de 40 mil grandes produtores agrícolas, com seu poder financeiro, consegue eleger de 120 a 140 deputados, enquanto cerca de seis milhões de famílias de agricultores elegem pouco mais de 12 deputados”, afirmou Iriny, em sua página no Facebook.
Para ela, o sistema eleitoral está esgotado e a única alternativa de reforma é uma Constituinte exclusiva sobre o tema. “Uma constituinte poderia ajudar a transformar esse quadro. Seria a oportunidade de aprimorarmos nossa democracia, construindo um sistema equilibrado, capaz de atender às demandas populares”, apontou.
Na visão do estudante Ramon Moreira, o maior obstáculo para a reforma do atual sistema político é o poder econômico. “Ter esse debate e não identificar essa presença como obstáculo é não conhecer a realidade. O problema é fazer o debate fazer com a população, para que essa reforma caminhe nas direções que são necessárias. Se não houver uma base popular, as mudanças não vão ocorrer”, avaliou.
No último dia 7, a questão mobilizou movimentos sociais em 14 estados do País, com atos e intervenções artísticas para marcar o Dia Nacional de Luta pela Constituinte. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. As coletas de votos acontecem entre os dias 1 a 7 de setembro e a expectativa é reunir 10 milhões de votos em todo o Brasil.