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Ferraço rebate acusações e desqualifica testemunhas

No centro das denúncias pela suposta participação no esquema de fraudes na recuperação de créditos tributários, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Theodorico Ferraço (DEM), utilizou o depoimento à Polícia Civil como uma tentativa de desqualificar seus principais acusadores. O parlamentar tergiversou sobre a relação dele com os principais denunciados e chegou a alegar desconhecimento da empresa – ao contrário do que apontaram as investigações.

Durante a maior parte da oitiva, realizada nessa terça-feira (22), o marido da ex-prefeita de Itapemirim, Norma Ayub Alves – presa desde sábado (20)  –, buscou atribuir a questões pessoais e até políticas os relatos do irmão da ex-prefeita e da ex-vice-prefeita do município, que denunciaram sua ligação com os empresários presos na Operação Derrama.

No depoimento de oito páginas, Theodorico Ferraço destinou mais de três páginas para descrever a suposta relação conflituosa entre o cunhado, o advogado Yamato Ayub Alves – com quem atuou junto na prefeitura – e a ex-prefeita de Itapemirim.  O deputado negou as acusações do advogado, ratificadas pela ex-vice-prefeita Sandra Peçanha Marvilla, de que ele seria o grande articulador do esquema junto à empresa de consultoria CMS.

O presidente da Assembleia afirmou que a intenção do advogado e da ex-vice-prefeito seria desestabilizar a gestão de Norma. Theodorico disparou que Sandra teria rompido com a ex-prefeita por conta da influência e das “ações diabólicas” do advogado. O objetivo seria cassar o mandato de Norma, porém, o  deputado não afastou os indícios de suspeição no teor dos depoimentos de Yamato e Sandra durante as investigações.

Para tanto, o demista optou pelo caminho das “coincidências”. No relato feito ao delegado Janderson Birschner Lube, o presidente da Assembleia negou que tenha participado de qualquer reunião com os sócios da empresa CMS – entre eles, o empresário Cláudio Mucio Salazar Pinto, no qual admitiu conhecer, mas não à empresa – enquanto esteve na prefeitura.

Theodorico disse que “começou a inteirar do assunto [recuperação de créditos] apenas quando chegou à Assembleia, em 2007”. Declaração que vai contra os depoimentos de Yamato e Sandra, que foram taxativos quanto à participação do parlamentar nos assuntos relativos ao contrato com a CMS ainda em 2005, quando Ferraço era assessor da prefeitura.

Mesmo dizendo que não sabia do esquema, o presidente da Assembleia tentou ligar o irmão de Norma à contratação da empresa, afirmando que o sinal positivo para a manutenção da CMS – que teria sido contratada na gestão anterior, do ex-prefeito Alcino Cardoso, também preso. “Fiquei alegre ao saber que o município tinha impostos a receber, mas preocupado em saber como seria a assessoria de Cláudio Mucio (CMS)”, desconversou.

Sobre a atuação da consultoria, o deputado afirmou que conhecia apenas o empresário Cláudio Salazar, mas não tinha conhecimento sobre a existência da empresa. “Coincidentemente soube que Cláudio prestava assessoria à Prefeitura de Itapemirim”, alegou. Em relação à alegada influência na administração, Ferraço saiu-se desta forma: “Eu não era chefão, apenas um peão”.

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