Ferraço teria hoje maioria para ser reeleito presidente da Assembleia

Se a PEC da Reeleição fosse aprovada e a disputa pela presidência da Assembleia fosse hoje, a tendência do plenário seria reeleger o presidente da Casa, deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM). Apesar dos embates e desgastes causados pela polêmica da tramitação da proposta, os deputados, em sua maioria, entendem que Ferraço trabalha pelo coletivo, o que fortaleceu o Legislativo e figura dele à frente da Casa.



As movimentações de Ferraço nesse processo foram bastante estratégicas. Os deputados reconhecem que a forma como foi colocada em discussão a possibilidade de reconduzir o presidente da Casa, foi atropelada, mas alguns parlamentares entendem que o atropelo, no caso, serviu para que a Casa não fosse atropelada.



A avaliação de alguns deputados é que houve erros dos dois lados. Se por um lado a Assembleia decidiu discutir o assunto sem antes conversar com o Executivo, de outro, o governo não chamou os parlamentares para conversar sobre o assunto.



Foi nessa lacuna que Ferraço trabalhou sua reeleição, com um discurso forte de valorização dos deputados e dos servidores da Assembleia, passou a cobrar uma postura do governo. O Executivo por sua vez, demorou a entrar na discussão e quando entrou, o fez de forma errada.



Algo impensado em tempos passados, a reação dura da Assembleia abriu um precedente que pode ameaçar a chamada harmonia dos poderes. Caso os deputados mantenham seus nomes no requerimento da PEC e, posteriormente, reconduzam Ferraço à presidência, isso abre um precedente que pode colocar o governo nas mãos do legislativo.



Diante da ameaça que se avizinha, o governo se apressa para apagar o incêndio. Nessa terça-feira (14), em meio ao imbróglio da leitura no Expediente da Casa da PEC, protocolada por Ferraço com uma cópia do documento – o original está com o deputado José Carlos Elias (PTB), que pretende manter o acordo com o governo e colocar a Proposta para tramitar apenas depois da eleição municipal – o governador teria se reunido com Ferraço para discutir o assunto.



Na Assembleia, os deputados acreditam que depois do encontro dessa terça, a tendência é de que Ferraço amenize o tom das críticas e que o imbróglio siga pela via do entendimento, devolvendo o equilíbrio entre os poderes..



O favoritismo de Ferraço está no fato de ele ter adotado durante sua gestão uma postura corporativista e de atendimento às demandas dos parlamentares, o que ganhou a maioria do plenário. Os colegas ignoram, inclusive, o fato de que o presidente da Casa teria na reeleição um elemento importante na disputa de poder entre Casagrande e o ex-governador Paulo Hartung (PMDB)



O deputado, aliado do peemedebista estaria buscando a reeleição para fortalecer o filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) na disputa ao governo do Estado em 2014.