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Givaldo Vieira oficializa mudança do PT para o PCdoB

Confirmando matéria exclusiva de Século Diário, o deputado federal Givaldo Vieira deixou o PT e passa a ser filiado ao PCdoB. Sua saída foi motivada pela submissão do partido ao governo Paulo Hartung.

A decisão foi divulgada pelo parlamentar em nota. “Em respeito a todos que acompanham o nosso trabalho e com a coerência que sempre permearam a minha atuação política, comunico uma das escolhas mais difíceis da minha vida: a minha desfiliação do PT, após 29 anos”.

O deputado diz que fez a opção de continuar a caminhada e o bom combate no PCdoB, “sigla a qual empunha também as bandeiras que sempre acreditei: a defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores, da democracia, da igualdade social, da equidade de gênero, com a defesa dos direitos das mulheres e da soberania nacional – garantias tão atacadas pelo governo Temer”. 
A decisão de Givaldo, candidato à reeeição este ano, foi comunicada à presidente do PCdoB e ao líder do partido na Câmara Federal, deputados Luciana Santos e Orlando Silva. Os dois deram as boas vindas ao novo filiado e iniciaram conversas sobre as articulações no Estado para as eleições de 2018.
Givaldo afirma que a decisão foi amadurecida depois de muita reflexão e diálogo com representações de todo o Espírito Santo. “Afinal, foram muitos anos de militância, construção, defesa, com coragem e firmeza, do legado dos presidentes Lula e Dilma, e, nos últimos anos, de luta por mudanças nos caminhos do partido no Estado, contra a submissão ao governo local – de arrocho social -, e o individualismo que tomaram a legenda”, destacou na nota. 
A saída do deputado, embora esperada, representa uma baixa significativa no processo de articulações do PT, considerando o seu potencial de votos, já testado nas urnas. Com a filiação de Givaldo Vieira, a bancada comunista passar para 12 deputados federais.

Givaldo começou a se sentir sem espaço a partir da derrota nas eleições para o comando do PT no Estado, em abril de 2017. Integrante de um grupo contrário à permanência do partido no governo Hartung, a chapa “Pra Voltar a Sonhar”, encabeçada por Givaldo, conseguiu a maioria dos votos e ficou 26 delegados a mais que as outras chapas que disputaram a eleição. 

Com isso, a possibilidade de união entre os grupos liderados pelo deputado estadual José Carlos Nunes e a outra conduzida pelo grupo do ex-prefeito de Vitória João Coser, para manter a hegemonia na sigla, não teria mais efeito.
O grupo de Givaldo no PT vai ainda procurar a quarta chapa, formada pela corrente do Trabalho para unir forças. O pequeno grupo conseguiu 44 votos e dois delegados no Congresso. A chapa de Gilvado conseguiu 2.553 votos, a de Nunes 1.452 votos, e a de Coser 1.031 votos em seus respectivos delegados.
Apesar de ter obtido a maioria, o grupo de Givaldo foi derrotado por articulações conduzidas por Coser, que ocupava uma secretaria no governo de Paulo Hartung.  
'Lamentou'
O presidente estadual do PT, João Coser, também em nota, disse lamentar a decisão “às vésperas de mais um pleito eleitoral”, apesar de respeitá-la. “Saberemos superar decisões como essa com a força e a união de nossa militância, no fortalecimento do projeto político que acreditamos ser o melhor para o Brasil e para o Espírito Santo”.
O documento diz ainda que o PT “reafirma a importância da união de seus dirigentes, filiados e militantes, e o fortalecimento do partido na atual conjuntura nacional, de ataque à democracia, aos direitos da classe trabalhadora, às conquistas do povo brasileiro durante os governos do PT e, principalmente, perseguição ao ex-presidente Lula na tentativa, única e exclusiva, de tirá-lo das eleições presidenciais”.

 

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