Guerino Zanon, candidato pelo PSD, puxa outra debandada do MDB

O prefeito de Linhares, Guerino Zanon, depois de meses de espera por uma definição partidária, deixa o MDB e se filia ao PSD para concorrer à sucessão de Renato Casagrande (PSB). A definição ocorre a menos de uma semana do prazo final de filiações partidárias e a poucos dias da visita ao Espírito Santo do presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, anunciada na semana passada.  

A saída de Guerino, que terá que renunciar à prefeitura até o dia 2 de abril, vem acompanhada de outra debandada do partido, em crise desde 2018, com destaque para o deputado estadual Hércules Silveira e a ex-deputada estadual e ex-senadora Luzia Toledo, bem próxima do Republicanos. Os dois já estão de malas prontas, segundo o mercado político, o que inclui ainda o ex-deputado federal Lelo Coimbra.

Emedebistas históricos creditam a situação atual do partido ao "alinhamento da senadora Rose de Freitas ao governador Renato Casagrande [PSB], em projeto pessoal para a reeleição". Desde a posse da senadora na presidência da Comissão Provisória do MDB, em janeiro de 2021, o partido vem perdendo quadros relevantes em todo o Estado. Guerino era a última liderança de peso no partido, cuja candidatura foi barrada por Rose.

"Vamos tentar juntar os cacos e seguir em frente", diz Ladistone da Silva, pré-candidato a deputado estadual, substituído na presidência do MDB de Colatina por indicação de Rose, desrespeitando a convenção realizada segundo as normas partidárias. Ele credita à "irresponsabilidade de Rose" a atual situação do partido.

Com a definição de Guerino no PSD, perde força a pré-candidatura do superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, estimulada pelo ex-governador Paulo Hartung, que passou a controlar o PSD e motivou a saída do deputado federal Neucimar Fraga, que ocupava a presidência da Executiva Estadual. Nesta quinta-feira (24), o parlamentar confirmou a filiação ao PP.