O ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PV), que disputa uma vaga ao Senado Federal, atacou os chamados “palanques clandestinos” no pleito deste ano. No encontro com a militância, realizado na noite dessa terça-feira (2), ele cobrou a lealdade dos candidatos a deputado aos palanques majoritários da coligação. “Toda vez que você não vê o número do governador Casagrande e do candidato ao Senado, Neucimar Fraga, no material de campanha do candidato a deputado, desconfie”, alertou.
Na tentativa de impulsionar a candidatura junto à militância do socialista, Neucimar associou o apoio a outros candidatos ao Senado como “um voto a menos para Casagrande”. O candidato do PV defende a fidelidade dos postulantes aos cargos de deputado estadual e federal ao seu nome. “Eu sou o único candidato que pede voto para o governador”, sustentou o ex-prefeito, que apareceu em terceiro lugar nas intenções de voto na pesquisa Brand/Século Diário.
Apesar de o discurso ser potencialmente favorável à sua candidatura, Neucimar vocalizou uma preocupação que surge dentro do palanque do governador Renato Casagrande. Por conta do fim da unanimidade política no Estado, alguns candidatos estão “soltos” para apoiar outros candidatos. Um exemplo é do deputado estadual Josias da Vitória (PDT), cujo partido apoia a candidatura de Roberto Carlos (PT), mas que estava ao lado do governador no evento desta terça-feira.
No caso do parlamentar, a “traição” foi liberada pelo presidente estadual da sigla, o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, que liberou os correligionários a apoiarem qualquer um dos candidatos. No entanto, não é difícil encontrar exemplos de “casamentos clandestinos” entre candidatos, sobretudo nas campanhas majoritárias.
Talvez o caso mais emblemático seja do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que mantém apoio clandestino ao candidato ao Senado pelo PT, o ex-prefeito João Coser, em detrimento da candidatura de Rose de Freitas (PMDB). Até mesmo dentro palanque socialista existiu certo mal estar no apoio à candidatura de Neucimar, que substituiu na última hora o delegado Fabiano Contarato (sem partido).
No início da campanha eleitoral, o candidato a vice no palanque de Casagrande, Fabrício Gandini (PPS), esqueceu de mencionar o nome de Neucimar em alguns eventos de campanha. Hoje o candidato ao Senado é sempre lembrado por Casagrande e seu vice. O nome de Neucimar também é defendido por aliados, como os prefeitos Luciano Rezende (PPS), de Vitória; e Gilson Daniel (PV), de Viana, que também coordena o apoio dos prefeitos capixabas ao palanque socialista.