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Parecer do MPES sobre Derrama deve balizar posição da Assembleia

Apesar de os deputados estaduais insistirem em um discurso público de apoio ao presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), candidato único até aqui à reeleição no próximo dia 1 de fevereiro, internamente a situação é outra. Os partidos vêm se movimentando bastante na busca de uma solução para a nova eleição do demista, que a cada dia fica mais fragilizada, por conta das denúncias deflagradas pela Operação Derrama.

Por enquanto, as conversas são apenas preliminares, mas a partir do parecer do procurador-geral de Justiça, Eder Pontes, sobre as investigações de corrupção nos municípios envolvidos com a consultoria CMS, do empresário Cláudio Salazar, de quem Ferraço se diz amigo, é que as movimentações devem se intensificar. O parecer deve ficar pronto nesta sexta-feira (25). Até lá o clima é de apreensão e expectativa na Assembleia.

Se o procurador-geral de justiça não oferecer denúncia à Justiça do envolvimento de Theodorico Ferraço no esquema ou adotar manobras para protelar o parecer, os deputados poderão manter o curso da eleição. Ainda que a recondução de Ferraço prejudique a imagem da Assembleia e permaneça a temeridade em torno dos desdobramentos futuros do caso, ainda será possível confirmar a reeleição de Ferraço para a Presidência da Mesa.

Neste caso, as movimentações dos partidos e das lideranças da Assembleia devem se voltar para a escolha do vice-presidente, que poderia assumir a Casa, se algum senão vier a acontecer posteriormente com o presidente da Mesa Diretora.

Mas, se Eder Pontes denunciar Ferraço, e nos bastidores o que circula é que há muita materialidade para isso, será muito difícil manter o apoio a Ferraço sem comprometer a imagem dos demais deputados. Será mais um selo comprometedor no presidente da Casa.

A inclusão de seu nome na denúncia, praticamente, tiraria Ferraço da disputa, colocando no colo dos deputados um outro grande problema. Terão apenas uma semana para buscar um entendimento com o governador Renato Casagrande e encontrar um substituto que atenda ao Executivo e ao Legislativo.

A opção que apareceu por hora, agradaria ao Palácio Anchieta, mas encontraria muita dificuldade em ser aceita pelo plenário.  Negociando a vaga no Tribunal de Contas e a participação na Mesa, o PT quer emplacar o nome do deputado Roberto Carlos. Algumas lideranças preferem manter Ferraço, mesmo com todo desgaste a aceitar entregar a presidência da Assembleia ao PT.

De qualquer forma, o Legislativo sai do episódio desgastado com a suspeita crescente em torno de Ferraço. A troca em cima da hora, não vai apagar o fato de que os deputados haviam fechado com ele antes e só desistiram por conta da repercussão causada pela Operação Derrama.

 

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