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Prefeito de Muniz Freire enfrenta nova acusação de abuso de poder

Candidato a vereador teria coagido eleitora a deixar de apoiar adversário de Dito Silva

Redes sociais

O promotor Elion Vargas Teixeira, de Muniz Freire, no sul do Estado, protocolou nova Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), em que pede a cassação dos registros das candidaturas do prefeito reeleito do município, Dito Silva (PSB); de seu vice, Dr. Wanokzor (MDB); e de Claudimar Crescencio Catarinozi Carvalho (PSB), candidato a vereador que ficou como suplente.

Os três são acusados de abuso de poder político, pelo fato de Claudimar supostamente ter coagido uma eleitora a deixar de fazer publicações nas redes sociais favoráveis a Evandro Paulúcio (PDT), principal adversário do prefeito nas eleições municipais de outubro deste ano.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) também pede na ação (número 0600512-06.2024.6.08.0019) que os investigados sejam condenados à inelegibilidade por oito anos e ao pagamento de eventuais custas processuais e demais ônus da sucumbência. O juiz eleitoral Marcelo Mattar Coutinho aceitou a denúncia e solicitou que o MPE apresente as provas do caso e os acusados apresentem defesa.

A AIJE teve início a partir de uma denúncia apresentada pela coligação “Com Honestidade Muniz Freire Pode Mais”, de Evandro Paulúcio, registrada na Ouvidoria do Ministério Público no último dia 18 de setembro.

À denúncia, foi anexado um áudio de WhatsApp, atribuído a Claudimar, com orientação à eleitora Michele André Moreira a convencer sua mãe, Lúcia da Penha André da Silva, a não postar e nem curtir postagens de apoio a Evandro – caso contrário, o marido de Lucia, Pedro Curty Moreira, poderia ter ser seu tratamento de saúde, supostamente bancado por Dito Silva, cancelado.

De acordo com transcrição do áudio feita por Elion Vargas, Claudimar afirmou: “se o Dito ou algum secretário deles verem (…), eles vão acabar suspendendo o tratamento do Pedro (…), porque eles estão pagando caro para vir aqui, o cara não trabalha para a prefeitura não, eles contrataram ele para atender vocês aqui”.

“Sendo assim, resta evidente que o requerido Gesi Antônio [Dito], através de seu aliado político Claudimar, se valeu de serviço público de saúde destinado a toda a população de Muniz Freire, como instrumento de promoção pessoal, ameaçando e coagindo a eleitora Lúcia da Penha André da Silva e a sua família, do rompimento da prestação do serviço caso não fosse cessado o apoio político ao candidato adversário, desvirtuando sua finalidade pública, o que configura clara hipótese de abuso do poder político”, escreveu o promotor na ação.

Em agosto, o promotor Elion Vargas ajuizou outra ação de abuso de poder político contra a chapa de Dito Silva, devido a denúncias de suposto aumento do número de servidores sem concurso público da administração municipal com finalidades eleitorais. O prefeito chegou a pedir que Vargas fosse declarado suspeito, acusando-o de perseguição, mas a solicitação foi negada.

Dito Silva foi eleito para o segundo mandato consecutivo com 54,61% dos votos, contra 41,92% de Evandro Paulúcio e 3,47% de Vilma Soares Louzada (PL). Dr. Wanokzor, por sua vez, terá seu primeiro mandato como vice-prefeito. Já Claudimar obteve 440 votos, ficando como o primeiro suplente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na disputa para a Câmara de Vereadores.

“Alguma coisa nesse áudio foi montagem”

Procurado por Século Diário, Claudimar confirmou a conversa com Michele André, mas argumentou que “alguma coisa nesse áudio foi montagem”. Ele negou que tenha feito menções a qualquer candidato a prefeito, mas não deu detalhes sobre o que de fato disse, preferindo deixar para apresentar sua defesa no tribunal.

Século Diário não conseguiu contato com Dito Silva e Dr. Wanokzor até o fechamento desta reportagem.

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