O senador Ricardo Ferraço (PSDB) cometeu uma gafe nas redes sociais nessa terça-feira (27). O tucano postou um vídeo para comentar o anúncio feito pelo governo federal sobre as Medidas Emergenciais Contra a Seca, com investimento previstos de R$ 755 milhões em 15 estados. No vídeo, o senador garante que o Espírito Santo, que enfrentou em 2015 e 2016 a pior seca dos últimos 80 anos, seria um dos estados contemplado pelo programa.
“Com certeza, o nosso Estado, o Espírito Santo, posso garantir, participará do programa, por justiça”, adiantou o senador. E reforçou: “Fiquem absolutamente tranquilos. Na condição de senador da República, na condição de quem tem a responsabilidade de defender o Espírito Santo em Brasília, com certeza, o nosso Estado, Espírito Santo, estará incluído neste projeto. Eu posso garantir a vocês”, reafirmou o senador.
O problema é que o Estado não foi incluído no programa. Apesar de a região norte do Estado estar quase toda incluída na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o Espírito Santo ficou de fora das ações do governo federal. O programa foi anunciado pelo presidente Michel Temer (PMDB) e os recursos devem ser aplicados na construção de 133 mil cisternas, microaçudes e programas de acesso à água.
Quem reagiu à decisão do governo de excluir o Estado foi o deputado federal Evair de Melo (PV). Ele cobrou explicações não só de Temer, mas também dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi; da Casa Civil, Eliseu Padilha e do Desenvolvimento Agrário, Osmar Gasparini Terra. O deputado quer o detalhamento dos recursos e explicação sobre os critérios de seleção dos estados contemplados.
A exclusão do Estado do programa de combate à seca também afeta o discurso do governador Paulo Hartung, que vem se gabando do prestígio que o Estado vem acumulando País afora e com o governo federal. Para os meios políticos, isso leva a duas possibilidades: ou o governador convenceu as lideranças nacionais de que a excelência de sua gestão é tanta, que o Estado não precisa de ajuda para combater a seca, ou o Espírito Santo não tem tanto prestígio com Temer, como supõe o governador.