A deputada federal Rose de Freitas (PMDB) vem sendo considerada a grande incógnita da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, que acontece no próximo dia 4 de fevereiro. Segundo site Congresso em Foco, faltando 20 dias para a eleição, não é possível saber qual a real força da atual vice-presidente da Câmara dos Deputados.
Em entrevista na manhã desta terça-feira (15) ao jornal Band News, as denúncias de desvio de recursos de emendas parlamentares para beneficiar um assessor do favorito à presidência, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foram comentados pelos dois concorrentes.
A deputada Rose de Freitas foi questionada se as denúncias não poderiam ser “fogo amigo”, ou seja, terem saído de dentro do PMDB mesmo para prejudicar o candidato. Rose refutou a tese dizendo que “já tinha visto muita coisa em política”, mas descartava a tese. Ela comentou, porém, o prejuízo que a denúncia pode trazer para a candidatura de Henrique Alves na disputa e que as acusações devem ser apuradas.
O outro candidato a presidente da Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG) foi mais incisivo, dizendo que o no Brasil não pode mais conviver com a corrupção e que as denúncias estão colocadas e por isso devem ser apuradas. As denúncias, para Delgado, podem, sim, alterar a decisão de alguns parlamentares que já haviam definido o voto para Henrique Alves.
Segundo o site Congresso em Foco, a campanha de Rose de Freitas segue duas linhas: primeira, para o público externo a deputada coloca promessas de maior eficiência e o fim do 14º e 15º salários, além da votação de temas polêmicos, como a reforma política; segunda, internamente, a deputada se compromete a prestigiar a votação de propostas de autoria dos deputados, como as emendas impositivas e o aumento da participação feminina nas decisões da Câmara.
Contra o que chamam de “ditadura dos líderes”, que sustenta a candidatura de Henrique Eduardo Alves, Rose de Freitas e Júlio Delgado aproximam seus discursos e buscam o voto do “baixo clero”. Para o Congresso em Foco, um dos pontos fortes da deputada está na defesa das chamadas emendas individuais, incluídas no orçamento federal.
Essa defesa reforça o perfil municipalista da deputada, o que para o jornal é um dos segredos de sua permanecia na Casa por seis mandatos. “Seu pendor para temas orçamentários tem lhe trazido bons frutos: na última campanha, foi a mais votada em 28 municípios e teve a segunda maior votação em outros 29”, diz a matéria.