Quarta, 15 Mai 2024

Cortes na saúde afetam a prestação de serviços à população

Cortes na saúde afetam a prestação de serviços à população
O governador Paulo Hartung (PMDB) iniciou o mandato pregando a economia nos gastos e afirmando – embora auditorias não comprovem – que os cofres do Estado estão vazios. A área que mais afetou a população foi a Saúde.



A possibilidade de fechamento da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Dório Silva, na Serra, revoltou usuários, moradores do município e profissionais que vêm protestando contra o fechamento e posterior transferência para o Hospital Geral e Infantil Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.
 
Não bastasse a possibilidade de fechamento da unidade, para dar espaço a uma UTI adulto, os profissionais da Saúde ainda denunciam que estão ocorrendo demissões no setor, gerando sobrecarga para os servidores. 
 
Os primeiros cem dias do atual governo também foram marcados pela redução no quadro de médicos, como denunciou na última semana a Cooperativa dos Cirurgiões Cardíacos do Estado (Coopcardio-ES). A entidade apontou que, com o fim do contrato com a cooperativa, o número de cirurgias cardíacas caiu pela metade. 
 
No caso da Utin do Dório Silva, além de ela ser retaguarda do Hospital Jayme Santos Neves, também localizado na Serra, atende a muitas mães e bebês de toda a região norte do Estado e de alguns municípios da Bahia. 
 
Para o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES), a transferência pretendida pelo governo aumentará as demandas por remoções que podem ultrapassar 24 horas para serem atendidas, colocando a vida de pacientes em risco. Além disso, o Himaba, em Vila Velha, não conseguirá absorver toda essa demanda, mesmo com a transferência da Utin, uma vez que a estrutura e as equipes não serão suficientes em um hospital em que hoje a situação é de até três crianças dividindo o mesmo leito.
 
Os trabalhadores da Saúde exigem, ainda, que mais de 40 leitos que estão fechados no Dório Silva, distribuídos entre duas enfermarias e uma sala de urgência desativadas, sejam reocupadas, e os trabalhadores demitidos sejam recontratados desafogando outros hospitais superlotados, como São Lucas e o Antônio Bezerra de Faria.
 
'Reciclagem'
 
Além de cortar gastos no setor, o atual governo “reciclou” ações já encaminhadas pelo governo anterior. Em 1 de abril, o atual secretário de Estado de Saúde, Ricardo de Oliveira, apresentou o detalhamento das ações da pasta para os próximos quatro anos. A maioria dos serviços, no entanto, são continuidade do que já vinha sendo implementado pelo governo anterior.  
 
A construção de Centros de Consultas e Exames Especializados, por exemplo, já estava em andamento. O anúncio havia sido feito pelo então secretário de Saúde, Tadeu Marino, e os municípios já tinham separado os terrenos para a construção. 
 
A ampliação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no interior, também apresentado como ação do atual governo, já estava sendo implementado pelo anterior.
 
Em outubro de 2014, foi inaugurada a base do Samu em Itaguaçu, na região serrana do Estado. Na ocasião, a ampliação do serviço já fazia parte do projeto de expansão. Os municípios de Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa, também na região serrana, já haviam sido beneficiados em setembro.

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