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Com público menor, greve geral pede união contra reformas

Com cerca de 500 pessoas, número visivelmente menor em relação à greve geral de 28 de abril (cerca de 5 mil), a manifestação desta sexta-feira (30) não foi menos barulhenta para denunciar o desmonte dos direitos dos trabalhadores expressos pelo Projeto de Lei 38/2017, a Reforma Trabalhista, e pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2017, a Reforma da Previdência. De outro lado, a estratégia de bloquear os principais pontos de acesso à capital não funcionou como na última greve, que conseguiu travar as principais vias de Vitória.

No Estado, a greve geral teve início antes das 6 horas, com concentração de manifestantes nas imediações da Rodoviária de Vitória, na Ilha do Príncipe, e em Carapina, na Serra. Nas duas concentrações houve algum tipo de repressão da Polícia Militar, sendo que em Vitória foram arremessadas bombas de efeito moral para impedir que houvesse a interdição da via. Em Carapina, os manifestantes foram “encurralados” nas calçadas.

Depois de passarem pelo Centro de Vitória, os manifestantes que saíram da Ilha do Príncipe chegaram à Assembleia Legislativa, na Enseada do Suá. Os manifestantes que vinham da Serra e da Universidade Federal do Estado (Ufes) chegaram à Assembleia por volta de 11h45 e se juntaram ao ato público.

Aproximadamente 500 pessoas participaram do ato, dentre representantes de centrais sindicais, pequenos agricultores, trabalhadores e estudantes. O diretor do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES) e falando em nome da Frente Povo sem Medo, Carlos Pereira de Araújo, o Carlão, disse que é preciso que o povo deve construir uma sociedade na visão de quem produz, na ética dos trabalhadores, por isso a greve geral nacional, que é uma demonstração da força e da capacidade da classe trabalhadora. Ele concluiu que é fundamental derrotar as reformas que vêm para destruir os direitos trabalhistas e previdenciários.

A representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Nalva Moreira Gomes, lembrou que, em âmbito estadual, os pequenos agricultores também estão em risco por conta do Projeto de Lei das Terras Devolutas (PL 296/2015). A proposta permite a venda das terras por 40% do valor real.

De acordo com Nalva, até hoje o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Idaf) não deu visibilidade ao mapa das terras devolutas que os movimentos de trabalhadores do campo sabem que estão nas mãos de grandes empresas, como a Aracruz Celulose (atual Fibria) e grandes empresários. “Agora, os deputados querem passar esse projeto que dá 40% de desconto nessas áreas que deveriam ser destinadas à reforma agrária e que poderiam ser recuperadas em um momento em que estamos em crise hídrica e ambiental”, completou Nalva.

O ato público da greve geral foi encerrado em frente à Assembleia Legislativa às 13 horas. Entidades e participantes devem continuar mobilizados para a realização de novos protestos nos próximos meses.

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