Apenas 12 minutos. Foi o tempo que durou a sessão ordinária desta segunda-feira (17) da Assembleia Legislativa, a primeira após os confrontos com criminosos e caos registrados em Vitória na última sexta (14) e, também, do protesto da frente unificada de militares, civis e bombeiros por reajuste salarial, questão que segue com os ânimos exaltados, somada a mensagens espalhadas nas redes sociais comunicando do início da operação-padrão anunciada pelas categorias, com impactos no Carnaval que se aproxima. O responsável por pedir a recomposição de quórum, como prevê o Regimento Interno da Casa, foi Euclério Sampaio (sem partido), que integra a base da gestão Renato Casagrande. Como não havia em plenário o mínimo de dez deputados, a sessão foi logo derrubada. Um dos críticos ferozes do governo, principalmente nos últimos dias, Capitão Assumção (PSL), que certamente já estava com mais um discurso na ponta da língua sobre os dois casos, atribuiu a manobra a “deputados socialistas, atendendo a uma determinação do governador, para não debater a ‘insegurança’ pública”. A considerar as últimas manifestações em plenário, outros pronunciamentos eram aguardados, como do delegado Lorenzo Pazolini (sem partido), repetindo o tom acirrado da semana passada. Mas seja qual foi, de fato, a motivação, 12 minutos de sessão não descem. Segunda-feira sem trabalho.
Sumiram
No momento em que se iniciou a sessão, Marcelo Santos (PDT), que a presidia, citou o nome de vários deputados presentes. Mas foi só terminar a leitura do expediente, que a maioria “escafedeu-se”, restando oito no total.
Estratégia
Há menos de uma semana, quem derrubou a sessão foi o líder do Governo, Freitas (PSB), após muito bate-boca também sobre a segurança pública, em decorrência da mobilização da frente unificada e reunião agendada com o governo. O horário, porém, foi menos escancarado: 16h30.
Problema adiado
Agora é aguardar estas terça e quarta-feiras, únicas sessões antes do feriado. Derrubar tudo, não dá. A conferir!
Guerra de informações
A propósito, nas redes sociais, ainda circulam mensagens que espalham medo aos capixabas, com pedidos para evitar sair de casa, pois teria começado a operação-padrão e o efetivo já estaria reduzido. Já o governo alerta, desde sexta, para que sejam verificadas as informações, alegando que uma das “estratégias dos criminosos é espalhar o terror por meio de notícias falsas”.
Ação integrada
Antes da derrubada da sessão, pela manhã, a segurança dos foliões no período de Carnaval foi pauta na Comissão de Cultura. O governo garantiu que será realizada uma ação integrada para “as pessoas se divertirem com tranquilidade” nos blocos de rua e, como exemplo, citou os desfiles do Sambão do Povo nesse final de semana, que registraram três ocorrências sem gravidade. É o que se espera.
Assinaturas
O ex-deputado federal Carlos Manato, que deixou a presidência do PSL, roda o Estado para aumentar a lista de adesões ao novo partido do presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil. Nesta quinta-feira (20), estará em Cachoeiro de Itapemirim, às 10 horas, na Praça Ponto de Táxi. No convite, ele convoca os “conservadores” do município e avisa da presença do deputado Capitão Assumção – ainda no PSL, só para não perder o mandato.
De novo
Depois da polêmica dos combustíveis, Renato Casagrande assina mais uma carta de governadores, desta vez com críticas às declarações de Bolsonaro sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, citado na investigação de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), na época em que ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
De novo II
O documento aponta, segundo matéria divulgada em O Globo, que as afirmações de Bolsonaro se antecipam a “investigações policiais para atribuir fatos graves às condutas das polícias e de seus governadores”. Bolsonaro disse, nesse sábado (15), que a responsabilidade pela morte de Adriano era da Polícia Militar da Bahia, estado governado por Rui Costa (PT).
PENSAMENTO:
“Aquilo que não puderes controlar, não ordenes”. Sócrates