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​Funcionamento do Mercado da Capixaba ainda é cheio de incertezas, diz Amacentro

Associação reivindica espaço para comercialização de artesanato e produtos da agricultura familiar

A conclusão da obra de restauro do Mercado da Capixaba está prevista para o primeiro semestre deste ano, mas para a Associação dos Moradores do Centro (Amacentro) ainda pairam muitas dúvidas sobre o que de fato terá no espaço. A entidade reivindica a possibilidade de espaços para comercialização de artesanato, produtos da agricultura familiar e a criação de um Conselho Gestor formado por representantes da comunidade, dos comerciantes e da gestão municipal.

Durante a apresentação do projeto do Mercado, em 17 de janeiro, na Fafi, a gestão informou que o espaço poderá ser ocupado por lojas de artesanato, obras, livros e outros produtos vinculados à cultura local, produtos típicos do agronegócio do Espírito Santo, flores, souvenires locais e nacionais. Além disso, o local poderá ter bares, choperias, cafés, caldos de cana e restaurantes. No pátio interno, segundo a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), a adequação deverá permitir a realização de eventos como exposições, shows, e outras atividades afins.

Contudo, segundo o presidente da Associação dos Moradores do Centro (Amacentro), Lino Feletti, na explanação da PMV isso tudo fica muito na seara da possibilidade, não havendo algo concreto. Uma das reivindicações da entidade é que haja espaço para os artesãos capixabas exporem e comercializarem seus produtos, com foco naqueles que trazem, em seus artesanatos, a identidade capixaba. “Isso contribuiria com a economia criativa, com o fortalecimento da nossa identidade e do turismo com aquilo que é a nossa cara”, defende Lino.
Um espaço para produtos da agricultura familiar também é uma das defesas da Amacentro. Para ele, a iniciativa fortaleceria “a relação campo cidade, o produtor rural, quem fornece alimento para a cidade”. Outro benefício apontado pelo líder comunitário seria o de trazer para a cidade, para um território extremamente urbano como o de Vitória, o debate sobre a alimentação saudável e a possibilidade de acesso a alimentos sem agrotóxicos. “É um jogo de ganha ganha. Todo mundo sai ganhando nessa história”, diz Lino.
A Amacentro queixa-se, ainda, da falta de diálogo com a comunidade para elaboração do projeto, pois não houve audiência pública. Além disso, a entidade reivindica participação da comunidade no Conselho Gestor do Mercado da Capixaba, mas a proposta da PMV é abrir licitação para uma empresa privada gerir. A participação da comunidade, afirma Lino, pode reduzir os impactos negativos do empreendimento na região e potencializar os impactos positivos.
Lino relata que todas essas considerações foram feitas durante a apresentação do projeto, contudo, não se sabe se de fato serão levadas em consideração, pois a resposta dada pela PMV é de que “tudo será analisado”. A pesar disso, a entidade apoia a obra de restauro e reabertura do Mercado. “A possibilidade de reinauguração do Mercado, ainda que com estas ponderações, traz algum ânimo para fortalecer a economia e a representatividade do Centro de Vitória no cenário da Capital”, diz Lino. O líder comunitário prossegue dizendo que a reinauguração do Mercado “é importante para que as pessoas tenham mais uma oportunidade de escolha para estar no Centro Histórico de Vitória e perceber mais um pouco do que a história deste nosso espaço de convivência reserva a todos”. 
A ordem de serviço para o início das obras foi assinada em julho de 2022, quando os projetos também foram iniciados. As intervenções físicas no prédio começaram um mês depois. O Mercado da Capixaba tem área total construída de 1.600 m², com dois blocos e um pátio central com 690 m². A adaptação para o uso comercial e cultural deverá proporcionar a ocupação de 16 lojas, com dimensões que variam de 23 m² a 103 m².

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