O senador Ricardo Ferraço (PMDB) aprendeu direitinho com seu mestre Paulo Hartung (PMDB) em matéria de traição e omissão política. Foi um dos primeiros a declarar apoio à candidatura à reeleição do governador Renato Casagrande, depois mudou de ideia e voltou para os braços de Hartung e, por fim, armou um teatro para anunciar o pedido do presidenciável Aécio Neves (PSDB) para coordenar sua campanha no Estado, mas também já o abandonou. Assim como Hartung, que sequer cita o nome do seu candidato à Presidência – quem dirá posar ao lado dele em material de campanha -, Ferraço largou mão de erguer o palanque presidencial. Ninguém o vê, nem ouve falar. E, ao que tudo indica, esse será o quadro até a eleição que se aproxima. Tanto Hartung como Ferraço fazem política de conveniência. Aécio era interessante, pois representava o palanque de oposição em franco crescimento, muito na frente de Campos, e ainda com forte aceitação no Estado. Com a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa, deixou de ser. O tucano perdeu posição e o mercado político chegou até a especular uma possível renúncia. Se já estava difícil antes, agora mesmo é que Hartung e Ferraço vão correr mil léguas do tucano. Aécio entrou pelos canos.
Intocáveis
O mais incrível dessas histórias é que ninguém questiona, muito menos critica. No Estado esse tipo de comportamento é considerado normal, dependendo, é claro, dos personagens.
Intocáveis II
Pois o mesmo ocorreu em relação ao ex-senador Gerson Camata (PMDB). As críticas dele e de Ferraço ao ex-governador, quando se posicionaram em favor de Casagrande, não foram suaves, pelo contrário. Mas bastou aparecerem com desculpas frágeis para justificar a mudança de lado, que tudo bem. Não se fala mais nisso. Surreal.
Tudo igual
E ainda teve muita gente solidária a Ferraço quando ele levou uma rasteira de Hartung em 2010, e foi obrigado a abandonar sua candidatura ao governo já considerada vitoriosa. Perda de tempo. O senador reza a mesma cartilha.
Embate
Casagrande resolveu mesmo abrir fogo contra Hartung. Pela primeira vez, o nome do ex-governador aparece no site de campanha do socialista. Com o título “Hartung mente na TV: não se deixe enganar”, são listados sete pontos abordados pelo ex-governador em seu programa eleitoral da última quarta-feira (27), seguidos de “sete verdades”.
Embate II
A data da publicação do material, nessa terça-feira (2), coincide com o ato chamado “hora da virada”, que reuniu militantes no Álvares Cabral, em Vitória. Na ocasião, Casagrande disse estar pronto para encarar seu adversário e, por isso, não teme possíveis reações de Hartung. Bom para o eleitor, que até então vivencia uma disputa fria.
Ar da graça
Por falar nisso, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), que andava sumido da campanha de Casagrande, compareceu ao evento e atacou as pesquisas eleitorais, lembrando da disputa que o elegeu. “Contra números não há conversa fiada”, disparou.
Leve
No geral, o clima das lideranças era de enfrentamento, com exceção do candidato da chapa ao Senado, Neucimar Fraga (PV), que adotou tom ameno em suas falas para fazer cobranças. Bem entrosado com o palanque, foi ele quem puxou os parabéns à primeira-dama Virgínia.
Fora de forma
Já o candidato a vice, Fabrício Gandini (PPS), resolveu fazer as vezes do brincalhão. Com corpo bem diferente de tempos passados, disse que perdeu quatro quilos desde o início da campanha e já pode entrar no “Medida Certa 40”. Haja sola de sapato!
Reforço
A deputada federal Iriny Lopes (PT), candidata à reeleição, realiza jantar de apoio à sua campanha nesta quinta-feira (4), às 20 horas, no Oásis, em Santa Lúcia, Vitória. Período é de muita fartura para os cerimoniais, hein?!
140 toques
“Manterei minha postura de não faltar mesmo no período eleitoral. Campanha se faz em outros dias e horários, não me ausentarei um dia sequer”. (Deputado estadual Hércules Silveira – PMDB – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Os lobos perdem os dentes, mas nunca a sua natureza”. Curtis L. Johnson
