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Convergência social e democrática

Se tirasse na megassena, eu contrataria Aldyr Blanc, Arnaldo Antunes, Caetano Velloso, Chico Buarque, Chico Cesar, Elomar, Jorge Ben, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Nei Lisboa, Nelson Coelho de Castro, Renato Teixeira, Zé Ramalho e os fabulosos irmãos Ramil para um show-desabafo inspirado na atual situação política brasileira.
 
Além do cachê, eles poderiam escolher parceiros(as), teriam comidas e bebidas à vontade, disporiam de massagistas e terapeutas, e poderiam recorrer a um plantel de arranjadores para incrementar o espetáculo, que seria documentado desde o primeiro encontro até a despedida final, quando o público poderia levar para casa o CD, o DVD, o book e outros souvenirs.
 
Com essa suprema convergência artística, provaríamos que o Brasil tem talento para não precisar se sujeitar ao triunfo das nulidades, como vem acontecendo. Eu, por exemplo, não tenho mais palavras ou rimas para narrar o que vem se passando.
 
Sai Dilma, entra Temer e as coisas pioram.
 
Cai Cunha, sobe Maia e segue tudo igual.
 
Um dia é Aécio, no outro Joesley.
 
A fraude prevalece, domina e impera.
 
No fundo ninguém presta. Nove entre dez brasileiros estão de saco cheio, querem Temer fora do palácio. 
Será que no Brasil não tem gente boa? Até parece que só os maus são eleitos.
 
Dizendo-se republicanos e democráticos, os pigmeus do bulevar (como já escreveu Chico Buarque) trabalham à luz do dia (e na calada da noite) para fazer o país retroceder socialmente à época anterior à Lei Áurea.
 
O comportamento dos ocupantes dos três poderes do Planalto lembra um baile suspeito cuja senha de acesso é Delenda Lula#PT Nunca Mais. É uma festa só para coniventes. Descontentes e dissidentes não entram.
 
Dançando a valsa do entreguismo, os frequentadores do baile, mascarados e enrolados na bandeira nacional (“Ordem e Progresso”), querem reformar a legislação trabalhista, não para modernizá-la mas para  lesar os trabalhadores, que já vivem situações de extrema exploração.
 
Caminhamos de volta para um estágio similar ao da escravidão.
 
Entre a lista de maldades destaca-se uma reforma previdenciária que visa transformar a aposentadoria das pessoas em fonte de lucro para bancos e afins. O fim da picada. 
Onde essa reforma foi feita, como no Chile, deu tudo errado, o povo foi lesado e nem os gringos favorecidos ficaram satisfeitos.
 
O estado mínimo dos neoliberais é um engodo, uma balela sem futuro.
 
A Previdência precisa melhorar para alcançar todos os brasileiros e não para excluir os que mais trabalham.
 
De agora em diante, a cada eleição os brasileiros precisam varrer do Executivo e do Legislativo a malta de governantes comprometidos com a banda podre da sociedade.  
 
Se a administração da economia pelo Estado deixa a desejar, só resta buscar uma forma de governo com foco na solidariedade.
 
A democracia política, econômica e social é uma meta permanente e inarredável.
 
O individualismo é comprovadamente nefasto para a vida comunitária.
 
O capitalismo, habitualmente praticado em nome da liberdade, é socialmente injusto.
 
São estes os motes para o show dos artistas convidados.
 
(Só não posso esquecer de passar na agência lotérica pra fazer a aposta da vitória. Com 10 milhões eu faço a festa).
 
LEMBRETE DE OCASIÃO
 
Aos cegos é lícito brandir bengalas  

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