Dados omitidos

Paulo Hartung quer ser reconhecido nacionalmente como uma liderança investida dos valores que caracterizam a chamada “nova política”. Um governador de vanguarda, que combina princípios éticos com dogmas modernos de gestão que podem, na avaliação dele, servir de farol para o resto do País. Se pudesse dar um conselho aos colegas governadores, sugeriria um Ctrl C/Ctrl V da sua receita de sucesso.   

 

Hartung vem repetindo, desde o primeiro dia de governo, que as medidas duras  – congelamento de reajuste do funcionalismo público, paralisação das obras no Estado e o corte linear de 20% no custeio de todas as secretarias de governo – eram imprescindíveis para arrumar novamente a casa, desorganizada pelo antecessor Renato Casagrande.

 

O discurso vencedor, que encontra ressonância na imprensa corporativa, ainda não foi copiado pelos colegas e tampouco parece ser unanimidade entre a população, que continua esperando, já desiludida, depois 15 meses de governo, a “chacoalhada” prometida durante a campanha eleitoral. 

 

A propósito, a pesquisa do Futura era uma boa oportunidade para esclarecer que sua gestão é “irretocável” não passa de uma mal-ajambrada estratégia de marketing, que não reflete a percepção da população. Afinal, a tào comemorada gestão de sucesso de Hartung  estaria sendo mal avaliada pela população?

 

Curiosamente, a pesquisa do Instituto Futuro levantou esses dados, mas, por algum motivo, preferiu não publicá-los no jornal A Gazeta, na série Avaliação de Gestão.

 

O instrumental de entrevista registrado no Tribunal Regional Eleitoral inclui cinco perguntas relacionados exclusivamente à gestão do governador. A decisão do Futura/Gazeta em não publicar os dados dá margem para deduzir que os números da gestão do governador gravitam pelo rodapé do gráfico. Ou alguém ainda acha que se a gestão de Hartung  estivesse bombando ele não faria questão de publicar os dados?

 

Veja as perguntas que foram feitas, respondidas, mas não foram publicadas pelo jornal A Gazeta: