Cansados de ouvir não, os secretários do governo Paulo Hartung (PMDB) que têm pretensões eleitorais em 2018 estão aos poucos entendendo que a gestão não está contribuindo para o fortalecimento de suas imagens no cenário estadual. Essa seria a verdadeira motivação para as saídas dos secretários Rodrigo Coelho (PDT) e João Coser da equipe. Já perceberam que sem recursos e sem entregas estão atuando nas sombras e ficando cada vez mais distantes de seus eleitorados.
Coelho volta para a Assembleia, onde terá uma tribuna à sua disposição para os discursos, poderá caminhar com facilidade no Estado e ouvir demandas em várias bases. Precisa corrigir alguns problemas para sua meta de 2018, que seria chegar à Câmara dos Deputados: primeiro recuperar bases, já que Iconha foi perdida nos últimos anos; e encontrar espaço dentro do congestionado PDT.
Coser vai para a presidência do PT. Ele se esforça para manter o controle do partido nas mãos da Alternativa Socialista. O petista também tem trânsito no caminho da Câmara, com Helder Salomão e Givaldo Vieira tentando construir suas candidaturas à reeleição, embora muita gente aposte que Helder não disputará em 2018 pelo PT. Mas, por enquanto, o cenário é congestionado no PT.
A política de cortes de Hartung não dá espaço para que os secretários consigam capitalizar politicamente com as pastas. Para conquistar visibilidade na Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, que é historicamente uma pasta estratégica, Coser precisava fazer entregas de obras, mas a palavra gastos está proibida pelo governo. Daí o fato de Coser ser o mais discreto dos secretários. E o que falar na minguada de recursos secretaria de Assistência Social de Rodrigo Coelho.
O momento de fazer parte da equipe pode ser favorável para outras lideranças, como o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), desgastado e desempregado a partir de janeiro. Também pode ser interessante para Neucimar Fraga (PSD), se assumir as suaves secretarias de Turismo ou Esportes. Como acabou de disputar uma eleição, levando o pleito, inclusive, para o segundo turno, ele ainda tem cartucho para gastar.
Para quem está visando voos mais altos, o momento é de pular fora e buscar formas de garantir fortalecimento político e visibilidade fora do Palácio Anchieta, porque por lá, o limão está seco.
Fragmentos:
1 – Um voto para a disputa à presidência da Assembleia, o deputado estadual Rodrigo Coelho (PDT) parece ter conquistado. E é um voto importante, o do deputado Sérgio Majeski (PSDB), que não se alinha com os acordos do plenário.
2 – A possibilidade de Majeski votar em Rodrigo reside no fato de o tucano ser contrário à reeleição para o cargo de presidente da Casa. Ele foi o único parlamentar que não votou a favor da terceira recondução do atual presidente do Legislativo, Theodorico Ferraço (DEM), no início de 2015.
3 – E mesmo sendo contrario à reeleição do demista, Majeski não é convidado para as conversas do grupo que reúne metade do plenário e que se coloca contra a reeleição de Ferraço. O grupo também não quer Rodrigo Coelho (PDT).