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Governo ou Senado?

O governador Paulo Hartung, de saída do PMDB, procura uma acomodação para o processo eleitoral do próximo ano. Essa decisão tem de ser rápida, antes que a canoa do presidente Michel Temer vire, para que os problemas nacionais não cheguem até sua porta. O problema é que tudo é tão imprevisível no cenário político atual que qualquer passo precipitado pode comprometer o sucesso de sua manobra política.
 
Hartung já foi cotado até para candidato a presidente ou vice, mas esse tempo já passou. Hoje seus caminhos poderiam ser dois: ou disputa o Senado ou disputa a reeleição para o governo. Para os meios políticos, as duas movimentações são complicadas e impõem muitos riscos para o futuro do governador.
 
No caso da reeleição, o problema é bem claro, um quarto mandato pode impor um fim melancólico para Hartung. Ele dificilmente vai conseguir terminar o terceiro mandato com um nível de aprovação nas alturas, como aconteceu ao fim dos oito primeiros anos à frente do Palácio Anchieta. Se nenhuma liderança no País tem essa condição, Hartung que vem enfrentando muitos problemas políticos internos, sobretudo neste último ano, também não fica atrás.
 
Já a disputa ao Senado impõe um risco mais premente. Em 2018, duas vagas estarão em disputa: a que é hoje ocupada pelo senador Magno Malta (PR) e a outra que é ocupada por Ricardo Ferraço (PSDB). A primeira nem é considerada em disputa. A menos que apareça até o processo eleitoral do próximo ano um concorrente com o mesmo perfil popularesco de Magno Malta, o senador corre solto em um ambiente bem próprio em que não parece ter adversários.
 
Um risco para o senador do PR poderia ser o deputado estadual Amaro Neto (SD), mas hoje já não se acredita que ele tenha a capilaridade necessária para uma disputa de mais de um milhão de votos em 2018. A derrota na disputa municipal de Vitória no ano passado e a atuação de pouco destaque na Assembleia não garantem as condições para a disputa.
 
A outra vaga é que tem o interesse de Hartung, mas para isso, precisa tirar Ricardo Ferraço do caminho. Já ofereceu ao senador tucano a disputa ao governo do Estado e ele recusou. Agora Hartung tenta entrar no PSDB para tirar o senador da disputa ao Senado, mas também encontra dificuldades.
 
Restaria ao governador buscar pelo DEM, um parceiro histórico do PSDB, uma composição para trazer de cima para baixo uma determinação para que Hartung dispute a eleição. Mas isso não encerra o problema. Ainda que dispute na vaga de Ricardo Ferraço, terá que construir uma articulação muito forte, afinal, não seria admissível que o governador chegasse ao fim da disputa ao Senado em segundo lugar na corrida eleitoral.
 
Enquanto não define seu futuro, Hartung se movimenta no presente, tentando aumentar seu capital político, restabelecendo sua imagem, sobretudo no interior, enquanto observa as mudanças no cenário nacional, que deve definir o processo político nos Estados.

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