Olhando para fora

Foto: Diego Alves/DivulgaçãoPMV

Foram sintomáticos os agradecimentos do prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) ao ex-governador Renato Casagrande (PSB) durante a posse realizada nesse domingo (1). Antes de proferir o discurso de posse, Luciano agradeceu a algumas pessoas em especial e Casagrande foi a primeira delas. Luciano deu início, ali, não apenas a seu segundo mandato, mas, sobretudo à construção de um projeto pessoal para o qual o reforço de vínculos com ex-governador é estratégico. O prefeito saiu mais forte das eleições, maior que o ex-governador e provando que é possível erguer projetos fora do alcance do grupo do governador Paulo Hartung (PMDB). Ou seja: Luciano está formando um grupo próprio, criando um projeto próprio, que passa pelo já cumprido fortalecimento do PPS, pelo fortalecimento do vereador Fabrício Gandini (PPS) para a disputa municipal de 2020 e, principalmente, pelo próprio fortalecimento para 2022. Daí que, de forma até surpreendente, tenha deixado a pecha de soberba de lado e reconhecido as ajudas recebidas durante o pleito – como as de Casagrande, do deputado estadual José Esmeraldo (PMDB) e do deputado federal Marcus Vicente (PP). Luciano Rezende inicia o segundo mandato olhando para fora de Vitória, assistindo 2022 nascer no horizonte.

Pai é pai

Após fazer o juramento de posse na Câmara, o vice-prefeito de Vitória Sérgio Sá (PSB) foi puxado pelos braços pelo pai, José Esmeraldo, para uma foto. “Esse momento demorou muito pra chegar”, resmungou o extremoso pai, chamando o fotógrafo para registrar o momento. “Não e fácil. Todo mundo que está aqui suou a camisa. Parabéns a todos vocês”, finalizou para o plenário.

Filho é filho

O vereador Max da Mata chegou ao plenário com dois de seus três filhos no colo. Sentou-se numa cadeira ainda com os meninos nos braços. Um já adormecera quando foi chamado para fazer o juramento de posse. Não podendo recorrer à esposa, que cuidava do terceiro, o menor, contou com as ajudinhas do ex-diretor-presidente da CDV, André Gomide, que pegou um, já para lá do 10° sono, e do ex-secretário da Casa Civil da gestão Renato Casagrande (PSB), Tyago Hoffman, que pegou o outro.

Aliás…

Adversário de Luciano durante as eleições, Max estava visivelmente deslocado ali naquele plenário apinhado de aliados do prefeito reeleito. Quando ouviu seu nome ser proferido para fazer o juramento, fez uma expressão de contrariedade. Dirigiu-se resignado em direção à tribuna. Após assinar o termo de posse, cumprimentou protocolarmente o prefeito.

Não é bem assim

No breve discurso realizado na Câmara, Luciano destacou a importância de um Poder Legislativo forte, atuante e independente. Forte e atuante, ok. Mas há controvérsias quanto ao “independente”, uma vez que o prefeito fez das tripas coração para compor um plenário a seu feitio. E conseguiu.

Peso

À frente de cada novato, pousados sobre a mesa, estavam os dois volumosos tomos do livro História da Câmara Municipal de Vitória, do historiador Estilaque Ferreira dos Santos. Herança da era Namy Chequer (PCdoB) à frente da presidência da Câmara.

Socorro!

A caminho do auditório da prefeitura, ao lado da Câmara, Sérgio Sá enlouqueceu uma das responsáveis pelo cerimonial. “Cadê Sérgio Sá? Socorro!”, afligia-se, preocupada com o rito da solenidade de posse, correndo para lá e para cá. Mas, para o desespero da mulher, o vice-prefeito ainda estava no estacionamento da Câmara posando para fotos.

Lapso

Após um longo inverno, o porta-voz da Rede no Espírito Santo, Gustavo De Biase, reapareceu. Estava incógnito no auditório da prefeitura, sentado na terceira fileira de cadeiras.  Sua presença foi destacada por iniciativa do próprio prefeito Luciano Rezende durante o discurso de posse: é que, “por um lapso do cerimonial”, palavras do próprio prefeito, De Biase não fora mencionado.

Brigas nunca mais

A cunhada do governador Paulo Hartung, Ângela Silvares, embora não parecesse muito animada na posse do prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB), estava lá estrategicamente ao lado do vice-governador Cesar Colnago (PSDB) para deixar uma coisa bem clara: essa história de animosidades entre Hartung e Max é coisa do passado.

Colnago solidário

Com o Centro Convenções de Vila Velha lotado para a posse, o ar-condicionado não deu conta e o calor foi sentido por todos, principalmente pela imprensa. O sofrimento era tanto que Conalgo condoeu-se de um fotógrafo e encheu um copo de água para ele. Bela atitude.

Claque

O presidente da Câmara de Vila Velha, Ivan Carlini (DEM), levou uma boa claque para a posse, mas isso não impediu que ele fosse sonoramente vaiado na hora do anúncio de sua quarta recondução para a presidência da Casa. O vereador não pareceu constrangido, mas na mesa de honra havia um desconforto no ar.

Os três

Nas articulações para a composição da chapa única e da divisão das comissões da Câmara de Vila Velha, a unanimidade não se estabeleceu. Além do já esperado não de Ricardo Chiabai (PPS), juntam-se ao pequeno grupo de descontentes Bruno Lorenzutti (PTN) e Heliossandro Matos (PR).

Quem sou eu, onde estou?

Uma cena chamou a atenção durante o a apoteose de cenas lamentáveis desse domingo (1) na Câmara da Serra: a cara do deputado federal Carlos Manato (SD). Não estava entendendo nada do que acontecia. O povo se comendo em impropérios e Manato vagando de um lado para o outro. Coitado.

Não vai ser fácil

Terminado o furdúncio, rodinhas se formaram na área externa da Câmara para tentar entender o que se passara. Uma coisa ficou clara: o prefeito Audifax Barcelos (Rede) deve enfrentar quatro anos de uma Câmara dividida desde o primeiro minuto de 2017. A rixa Audifax versus Sérgio Vidigal ainda pulsa, sobretudo porque 12 dos 23 vereadores são ligados ao deputado federal do PDT. Uma oposição que promete ser barulhenta.

Pensamento

“Há três meios de crer: pela razão, pelo hábito, pela inspiração”. Blaise Pascal