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Documentário ‘A Febre’ faz paralelo com o paulista ‘Pixo’

Numa comparação com o documentário PIXO (2009) – que apresenta a pixação na cidade de São Paulo –, o documentário A Febre, produzido pelo jovem João Oliveira, que é do Espírito Santo, se mostra com o mesmo potencial de questionamento, de apresentação de uma realidade desconhecida e, acima de tudo, da protagonização de pessoas que raramente são vista e escutadas, os grafiteiros, que também podem ser os pixadores – visto que uma intervenção está diretamente ligada à outra.

Ao todo, 18 grafiteiros da Grande Vitória foram convidados a ter voz em A Febre, um registro do movimento do grafite do Espírito Santo. A proposta surgiu com João Oliveira no começo de 2014, numa iniciativa de realizar seu primeiro documentário como um projeto de conclusão do curso de Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Só que o projeto cresceu, tomou uma proporção maior, ganhou mais tempo de duração e, consequentemente, mais tempo de gravação e finalização, além de aprofundar mais questões. E antes mesmo de ser lançado, A Febre já se mostrava um importante registro de vozes marginalizadas socialmente – principalmente em época de criminalização à pixação pela prefeitura de Vitória com a Lei 8.943/2016, que institui o programa de combate à poluição visual e à depredação de imóveis públicos e privados.

A princípio, a maior desconstrução que A Febre lança ao público é, sem dúvidas, o questionamento acerca de um divisão social que se faz entre pixo e o grafite, entre o que é vandalismo e o que é arte – destacando como essa separação prejudica o movimento. E nessa linha, o documentário apresenta muitas outras questões que valem de grandes reflexões e desconstrução sobre as práticas do grafite.

Construído a partir de falas de grafiteiros e incursões nos chamados rolês (as saídas nas ruas para realizar o grafite), a obra apresenta o ponto de vista de quem pratica tais intervenções na cidade, acompanhando durante o período noturno e diurno as ações de pintura em muros, vagões de trens, prédios e fachadas. O clima das cenas de pintura quase sempre é tomado pelo constante alerta dos grafiteiros em não serem vistos, preenchido pelo silêncio em diversas vezes e, claro, regado de adrenalina e da sensação de pertencimento à cidade, do ato de se mostrar imprimindo a própria presença no cotidiano da urbe.

Nesta semana, depois de certo tempo aguardando o lançamento da obra, A Febre chega ao público no próximo sábado (27), a partir das 18h, na Escadaria do Rosário, que fica no Centro de Vitória – um espaço bastante ocupado pelo movimento hip hop para apresentações, shows e ponto de encontro de batalhas de rap. A exibição será gratuita ao público e ainda terão shows de Conteúdo Paralelo, Jack da Rua, Lucas Côrtes e Hero; além de batalhas de rap.

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Serviço

O lançamento do documentário A Febre, de João Oliveira, juntamente com apresentações de Conteúdo Paralelo, Jack da Rua, Lucas Côrtes e Hero, será realizado no próximo sábado (27), a partir das 18h, na Escadaria do Rosário, que fica no Centro de Vitória. O evento é aberto ao público.

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