Durante a 51ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Cultura, que aconteceu nessa terça-feira (11), a secretária de Cultura em exercício, Andrea Carvalho, informou que o Plano Municipal de Cultura de Vitória (PMC) já está na Câmara de Vereadores e será votado a qualquer momento.
O Plano Municipal de Cultura foi criado coletivamente e registra as propostas de ações culturais da cidade para os próximos 10 anos. O documento foi finalizado em abril do ano passado. Ainda em 2013, o prefeito Luciano Rezende (PPS) entregou o plano ao secretário de Cultura Alexandre Lima. Entretanto, quase um ano depois, o plano ainda não foi aprovado e colocado em prática.
Apesar de ser desejo de todos que o lano seja aprovado rapidamente, essa informação gerou uma preocupação entre artistas, professores e produtores culturais que estavam presentes. Um membro do Sindicado dos Artistas (Sindiapes) informou que o plano seria votado naquela mesma tarde sem antes ser discutido pelo conselho. Antes da aprovação do plano, o conselho já havia pedido para comparar os dois documentos, a primeira versão do plano e a 2ª versão enviada à Câmara, para conferir se não houve nenhuma mudança significativa.
O assessor do vereador Luiz Emanuel (PSDB), Leonardo Monjardim, confirmou a informação que o PMC estava sendo votado na Câmara naquele momento. Depois de muitas informações desencontradas, a secretária Andrea Carvalho disse que essa informação não procedia e que o plano não seria votado antes da leitura e discussão do novo documento. As duas versões do PMC estão disponíveis no portal da Prefeitura de Vitória para comparação neste link.
Segundo a Câmara de Vitória, o documento já foi lido no plenário, mas ainda não houve votação porque o vereador Vinícius Simões (PPS) convocou uma audiência pública para discutir o assunto. A audiência foi marcada para o dia 9 de abril.
Ainda durante os informes, Andrea Carvalho comentou sobre a gestão de alguns espaços culturais de Vitória que foram mencionados na Audiência Pública sobre a Casa Porto das artes Plásticas. A secretaria deixou claro que a área de exposição do Casarão Cerqueira Lima não será perdida durante a ocupação do local como Gabinete do prefeito. Ela também informou que as galerias do Memorial da Paz e do Museu da Ilha já possuem editais.
Casa Porto das artes Plásticas
Depois dos esclarecimentos, a Casa Porto entrou em pauta. Reinaldo Resende, coordenador da Casa Porto das Artes Plásticas, apresentou o planejamento para o espaço até o ano de 2017, quando termina sua gestão. A previsão é de que a Casa Porto seja inaugurada no dia 25 de abril, com uma exposição dos artistas premiados na bienal do Salão do Mar. O espaço também contará com um edital de ocupação, no qual o residente apresentará uma exposição ao final, e com oito oficinas para a população.
Reinaldo explicou que o conceito da Casa Porto é ir além de um espaço de exposição e se tornar um canalizador de formação e pesquisa que dialoga com o Centro da capital e seus moradores. O gestor também informou que o acervo continuará na Secretaria de Cultura porque ainda não há condições de movê-lo. O corpo de funcionários da Casa Porto também já está formado e conta com profissionais que já atuam na Secretaria Municipal de Cultura (SEMC), além da contratação de cinco estagiários.
A artista Muriel Falcão pediu uma ementa mais detalhada das ações e das oficinas propostas e também uma maior abertura na programação para outros artistas, além do residente, para exporem e trabalharem. Fraga Ferri, do Conselho de Cultura, também questionou o programa de residência. Para ele, a proposta deixa a programação de exposição engessada. Ele também lembra que antigamente a Casa Porto era um espaço democrático que além das exposições, também lugar de encontro de artistas.
O gestor afirmou que essa programação é apenas sugestão e que eles estarão abertos a novos projetos, mas que um planejamento prévio é necessário. Daniella Zanetti, representante da Ufes dentro do Conselho, elogiou esse primeiro planejamento, mas concordou que atividades alternativas devem ser incorporadas.
Alguns artistas também questionaram a origem da verba para administrar o espaço. Já que a previsão de aprovação do Plano Municipal de Cultura é 2015 e as atividades da Casa Porto vão de 2014 a 2016. Não ficou claro se a proposta de funcionamento está de acordo com o PMC. Além disso, não foi informado o valor do investimento que a Secretaria de Cultura de Vitória utilizará para a gestão do espaço, entretanto, o coordenador e secretária garantiram a realização dessas ações.
A reunião encerrou-se com Amanda Brommonschenkel, do Assédio Coletivo, entregando um “bolinho” ao presidente do Conselho, Júlio Huapaya, para comemorar um ano da não implementação do Plano Municipal de Cultura.