Vizinhos jogam bomba em casa de Candomblé de Vila Velha durante cerimônia
A casa de Candomblé Ilê Asé Oni Odé Babá Layó, em Itapoera da Barra, Vila Velha, foi alvo de intolerância religiosa, conforme Boletim de Ocorrência (BO) registrado pelo Ogã Natalício Prates de Morais Júnior, esposo da Yalorisá Lis Maria da Silva Ferreira Prates, líder espiritual da Casa. O ato de intolerância religiosa ocorreu na última quinta-feira (5), durante um ritual, quando "ouviu-se um estouro de uma bomba jogada no quintal, causando cheiro de fumaça".
Em seguida, prossegue o documento, foram atiradas mais duas bombas. Diante do medo das pessoas, a cerimônia foi interrompida e algumas pessoas foram embora achando que poderia acontecer algum ataque. Para procurar saber o que estava acontecendo, algumas pessoas, entre elas, Natalício, se dirigiram para o terraço e viram o vizinho do lado na janela de casa e o do fundo debruçado no muro. Ambos confessaram ter jogado as bombas após serem questionados se sabiam de algo e ainda perguntaram qual era o problema em fazer isso.No BO consta ainda que os vizinhos alteraram o tom de voz e, inclusive, chamaram um senhor de 70 anos para conversar na rua, dando a entender que iria agredi-lo. Natalício afirma que os vizinhos que tacaram a bomba justificaram a atitude com o argumento de que o ritual causava barulho. "Mas se a bomba pega em uma criança, em um convidado? Se estava incomodando, poderia falar com a gente, ligar para o Disque Silêncio, para a Polícia", diz.
Por conhecer experiências de outras casas de Candomblé, que sofreram agressões mais pesadas, Natalício afirma que optou por registrar o BO "antes que a situação se agravasse". Diz também que tomou iniciativa de procurar outros vizinhos para checar se o barulho os incomodava e, afirma, foram todos unânimes em dizer que não. A casa, informa Natalício, está instalada nesse local há 25 anos.
Também este ano, outra casa de religião de matriz africana foi alvo de intolerância religiosa em Vila Velha. Em junho último, o pai de santo Dreiwis Pirajá, da Casa de Umbanda Preto Velho de Oxalá, no Ibes, registrou BO na Polícia Civil (PC) diante do apedrejamento de seu carro por um vizinho. O sacerdote de Umbanda informou, na ocasião, que o agressor vinha dizendo que iria "expulsar o demônio da rua", referindo-se ao pai de santo.
Conforme registrado no BO, o vizinho chegou a adentrar a garagem que dá acesso ao terreiro durante uma gira, mas saiu em seguida. No documento é relatado que foi jogada uma pedra no veículo. Posteriormente, foram arremessadas mais duas, danificando a lataria, os vidros e a parte interior do carro. O pai de santo relatou que não se tratou do primeiro caso de intolerância religiosa vivido, uma vez que semanas antes um homem que não conhecia parou em frente à Casa dizendo que iria queimá-la.
Veja mais notícias sobre Direitos.
Comentários: 5
Como Cristão Metodista , como Mandela e Reverendo Adhayr Cruz dos Direitos humanos , acho deplorável essa intolerância religiosa , que em minha opinião devia ser crime hediondo , essa é a face atrasada de uma sociedade doentia , justiça para nossos irmãos de Matriz africana
Absurdoooooooooooooooooo
Sou evangélico e repudio esse tipo de comportamento.
Lembro de um pai de santo, já falecido, que morava próximo à minha casa, antes de ser evangélico já havia trabalhado em sua casa, manilhando um poço. Fui muito bem tratado, e sempre que passava por ele, já na igreja, àquele senhor me saudava com alegria e me abraçava com carinho.
A PALAVRA DE DEUS (BÍBLIA) NOS ENSINA QUE DEVEMOS AMAR AO PRÓXIMO, ACIMA DE QUALQUER COISA.
E INFELIZMENTE EXISTEM PESSOAS MALDOSAS. MAS SE ESQUECE QUE AQUI SE FAZ. E AQUI MESMO QUE, SE PAGA.TEMOS QUE RESPEITAR O PROXIMO. A RELIGIAO PRINCIPALMENTE. CADA UM SEGUE O QUE TE FAZ BEM E FELUZ TAMBEM.
O SOL E PARA TODOS. E SORTE TEM QUEM ACREDITA NELA. VAMOS VENCER ESTA BATALHA. TAMBEM SOU DO CANDOMBLE AMO MINHA RELIGIAO.
NAO FAZEMOS MAL NENHUMA PARA NINGUEM.
COMPLICADO… EU RESPEITO TODAS AS RELIGIÕES. ACHO ERRADO COMO O VIZINHO CONDUZIU A SITUAÇÃO. MAS E QUANDO O DIREITO A PRÁTICA RELIGIOSA ESBARRA NO MEU DIREITO DE TER SOSSEGO, SAÚDE E SEGURANÇA? SOU DOMICILIADO AO LADO DE UM CENTRO ESPIRITA INSTALADO EM UMA GARAGEM. TODAS AS SEXTAS FEIRAS, MINHA MÃE DE 72 ANOS, QUE TOMA 13 REMÉDIOS DIARIAMENTE, PARA PROBLEMAS FÍSICOS E MENTAIS, TEM SUA RESIDÊNCIA IMPREGNADA POR FUMAÇA, E É PERTURBADA POR BARULHO. E AI? DE QUEM É O DIREITO? DE QUEM É O DEVER? NO LOCAL VELAS SÃO ACESAS PRÓXIMAS AOS VEÍCULOS DOS PROPRIETÁRIOS. COMBUSTÍVEL NOS TANQUES, TELHADO DE AMIANTO, PLANTAS E MADEIRA NO LOCAL. TUDO COMBUSTÍVEL PARA UMA TRAGÉDIA. E AI? ESTÁ CERTO ISSO? AS RELIGIÕES TÊM O DIREITO DE COLOCAR A VIDA ALHEIA EM RISCO. TODAS AS IGREJAS SÃO OBRIGADAS A CUMPRIR NORMAS DE POSTURAS. QUEREM CANTAR, OK. A RELIGIÃO ENVOLVE FUMAÇA, OK. ADEQUEM O LOCAR COM REVESTIMENTO ACÚSTICO E CONTROLE DE GASES. OS NÃO PRATICANTES TÊM O DIREITO DE TER PAZ EM SUAS RESIDÊNCIAS. JÁ TENTEI DIALOGAR CORDIALMENTE VARIAS VEZES. NUNCA QUESTIONEI A EXISTÊNCIA DO LOCAL. FUI ACUSADO DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. VOU LEVAR A SITUAÇÃO A JUSTIÇA, PREFEITURA, CORPO DE BOMBEIROS, DELEGACIA ESPECIALIZADA, ETC.