Quinta, 25 Abril 2024

Espírito Santo vê queda nas importações após fim da ???guerra fiscal??? dos portos

Espírito Santo vê queda nas importações após fim da ???guerra fiscal??? dos portos

Após mais de quatro décadas de funcionamento do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), o Espírito Santo começou a sentir os efeitos do fim da “guerra dos portos”, que unificou as alíquotas do chamado ICMS de importação. No primeiro trimestre deste ano, a movimentação nos portos capixabas teve uma queda de 23,39% na comparação com igual período em 2012, maior redução entre os demais estados da Federação.



De acordo com a reportagem do jornal Valor Econômico, os desembarques nos portos do Espírito Santo e de Santa Catarina – maiores prejudicados com a Resolução dos Portos – tiveram um comportamento inverso ao da média das importações brasileiras, que cresceram 6,3% no período. Entretanto, a queda no volume de importações nos portos capixabas foi mais significativa do que nos terminais catarinenses, que registraram um recuo de 9,05% no mesmo período.



A reportagem evidencia uma preocupação constante nas discussões sobre a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de bens importados, aprovada pelo Senado Federal em abril do ano passado. A alíquota do tributo caiu de 12% para 4%, medida que tirou a atratividade dos benefícios fiscais em vigência, entre eles, o Fundap, criado na década de 1970.



Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), os automóveis foram um dos itens que afetaram o desempenho das importações nos portos capixabas. O desembarque de veículo caiu 48% no primeiro trimestre, ante iguais meses de 2012. Já em Santa Catarina, o item que mais contribuiu com a queda foi o cobre, com queda de 17% no período.



Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ouvido pelo Valor, o recuo nas exportações pelos portos do ES e SC se deve a alguns fatores, entre eles, a redução dos efeitos dos benefícios e a alta no preço do frete. Em nenhum dos dois casos, os portos capixabas teriam a mesma competitividade do que os seus estados concorrentes.



Em relação aos benefícios fiscais, é fácil perceber essa diferenciação entre os cenários antes e depois da Resolução dos Portos. Até o final do ano passado, o Fundap permitia que as empresas importadoras recolhessem apenas 4% dos 12% do ICMS devido, enquanto o restante voltava aos cofres dos negócios como empréstimo a juros de 1% ao ano, com prazo de 25 anos. Condição que não é possível ser repetida, apesar de o fundo continuar sendo mantido em escala menor pelo governo estadual.



Já a alta no preço dos fretes chama a atenção para o gargalo logístico no Espírito Santo, que carece de investimentos do governo federal. Hoje, o Estado não conta com rodovias e ferrovias modernas, além do aeroporto da Capital viver uma novela para a conclusão do projeto de ampliação. Segundo o governo capixaba, a falta de infraestrutura contribui para a redução na competitividade dos portos locais na disputa contra os vizinhos pelas importações, que são destinadas, em sua maioria, para outros mercados consumidores.

Veja mais notícias sobre Economia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/