O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou nesta segunda-feira (16) os dados do primeiro Censo do Poder Judiciário. Os entrevistados responderam às perguntas espontaneamente. Os dados apontaram, por exemplo, o perfil da magistratura. A maioria dos juízes são brancos (84,5%), com média de idade de 45 anos, casados e com filhos. Conforme o levantamento, 14% dos magistrados se declararam pardos; 1,4% pretos e apenas 0,1% indígenas. Além dos magistrados, o Censo também traçou o perfil dos servidores do Poder Judiciário.
O CNJ usou a mesma metodologia de classificação racial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pretos e pardos, somados, formam o grupo de negros.
O censo teve participação de 60% (170,7 mil) dos servidores do Judiciário e de 64% dos juízes (10,7 mil). Apesar de poucos juízes afrodescendentes na Justiça, em dois anos, o percentual de negros que ingressou na carreira cresceu de 15% para 19%.
A pesquisa também mostra que 64% dos juízes são homens e 36% são mulheres. A presença de mulheres na magistratura é maior na Justiça do Trabalho (47%). Do total de juízas que responderam ao censo, 65% afirmaram que a vida pessoal é afetada pela carreira em relação aos colegas homens. Pelo fato de ser mulher 30% das juízas informaram que vivenciaram reações negativas.
Satisfação
A pesquisa também mediu o grau de satisfação dos magistrados em relação à carreira. Mais de 91% se disseram satisfeitos com a escolha profissional.
Apesar da resposta positiva, quando a pergunta mede a satisfação em relação ao salário a resposta é bastante diferente. Pouco mais de 27% se disseram satisfeitos com relação aos salários e a tarefa que executa.
Outro ponto que deixou a desejar está relacionado à segurança pessoal. Somente 29% afirmaram estar satisfeitos com esse quesito; outros 66% desaprovaram também a segurança no local de trabalho.
O Censo Nacional do Poder Judiciário teve início em agosto do ano passado e foi elaborado para definir o perfil dos magistrados e de servidores. De acordo com o CNJ, o censo terá importância para a formulação de políticas de recursos humanos e públicas do Judiciário.