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As pautas ambientais no segundo turno das eleições para prefeito de Vitória

Pontos em comum, mas com diferenças entre Coser e Pazolini, são poluição do ar, arborização, reciclagem e saneamento

Poluição do ar, arborização da cidade, coleta seletiva e saneamento básico são pontos comuns dos capítulos de meio ambiente dos planos de governo dos candidatos que disputam o segundo turno das eleições para prefeito da capital, João Coser (PT) e Delegado Pazolini (Republicanos). 

Comuns, mas diferentes, importante frisar. De um lado, Pazolini enfatiza a meritocracia em seus valores e a necessidade de “preservar o meio ambiente (…), mas esse debate não pode ser ideológico”, sendo preciso “desburocratizar e acabar com entraves e dificuldades que têm tirado nossa competitividade no Estado, no Brasil e no mundo”. Do outro, o petista tem o apoio às populações mais vulneráveis como viés que perpassa todos os seus programas, incluindo, mesmo que sutilmente, as propostas ambientais.

Sobre saneamento básico, por exemplo, Coser e Pazolini combinam ao defenderem uma gestão integrada e um maior monitoramento e fiscalização do trabalho da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) e suas terceirizadas, com vistas à universalização da coleta e tratamento de esgoto e abastecimento de água. Mas Coser acrescenta a “garantia do acesso de toda a população a esses serviços, mediante estabelecimento de tarifa social”, enquanto Pazolini fala de um “debate entre a sociedade civil, Prefeitura e Cesan sobre os atuais valores cobrados”.

A redução da poluição atmosférica, grave problema enfrentado pelos moradores da Capital, com as emissões da Vale e ArcelorMittal, é outro ponto em comum. Para Coser, a meta será cumprida mediante a promoção, pela própria prefeitura, do “controle das atividades poluentes com impactos socioambientais” e a “modernização da legislação ambiental em aspectos relativos à emissão de poluentes atmosféricos”. Pazolini considera que a solução passa por “implantar a central de monitoramento atmosférico, com divulgação dos dados atualizados da qualidade do ar e tomada de decisões imediata sobre questões de impacto ambiental”.

Sobre a coleta seletiva de resíduos sólidos, Coser, quer “incentivar a organização de coletores e catadores de materiais recicláveis”, “instituir política municipal de aplicação da logística reversa”, estabelecer um “consórcio com as demais cidades da Região Metropolitana, especialmente na reutilização de resíduos inertes” “e ampliar o serviço de coleta seletiva em condomínios”.

Já Pazolini quer “elaborar um plano setorial, abrangendo a gestão integrada dos resíduos sólidos e ampliação dos pontos de entrega voluntária de reciclagem”, “fortalecer as associações de catadores de recicláveis” e “levar para as unidades educacionais programas de preservação ambiental e de coleta seletiva dos resíduos sólidos”.

A temática da arborização e das áreas verdes tem em Coser um plano de recuperação e de valorização das nascentes e fontes de água, a atualização do plano de arborização da cidade e a implementação de um plano de manejo do maciço central. Em Pazolini, fala-se em “ampliar a arborização e preservação de áreas verdes do Município”.

Exclusividades

Temáticas ambientais exclusivamente presentes no plano de governo de Coser, são a drenagem urbana, com atualização do plano municipal, visando ampliar as áreas permeáveis e investir no monitoramento das áreas de risco e nas intervenções indicadas pelo plano municipal de redução de risco geológico.

A geração de energias limpas é outra exclusividade do petista, que defende a ampliação de geração de energia solar para atendimento aos equipamentos públicos e próprios municipais; a adoção do conceito de licitação sustentável, mediante a inserção de critérios ambientais nas compras e contratações públicas; e a avaliação de medidas para que as novas edificações de grande porte no município sejam feitas com base em critérios de eficiência energética, sustentabilidade ambiental, qualidade e eficiência de materiais.

A ampla mobilização da Rede Urbana Capixaba de Agroecologia (Ruca) também encontrou apenas no ex-prefeito, que incluiu o incentivo e apoio à organização e difusão de programas nesta área, com a criação de hortas urbanas e a formação de redes de produção e consumo de alimentos acessíveis e saudáveis em hortas comunitárias, assim como ampliação de espaços para comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos no município.

Há ainda a implantação de um “vigoroso projeto de educação sanitária e ambiental”.

Finalmente, outra exclusividade petista importante trata da “redução do uso de combustíveis fósseis que geram poluição atmosférica”, ao elencar várias ações de mobilidade urbana, reforçando um programa específico sobre isso.

No capítulo ambiental, a ênfase é em ações de melhoria do tráfego, priorização do transporte coletivo, ampliação da rede cicloviária, melhoria de calçadas de forma a incentivar pequenos deslocamentos sem utilização de meios mecanizados e atualização do inventário de fontes e emissões de gases de efeito estufa da cidade de Vitória, bem como articulação de ações conjuntas com o Estado e com os municípios da Região Metropolitana.

A mobilidade urbana também é abordada por Pazolini, porém, com um direcionamento bem diferente, sem qualquer menção ao transporte cicloviário e com ênfase em reorganização da sinalização semafórica.

No capítulo ambiental, especificamente, o deputado aborda, com exclusividade, o desejo de “fomentar o turismo ambiental”; “implementar uma rede de ações e atitudes sustentáveis, fomentando a geração de empreendimentos que tragam melhoria no campo ambiental”; “expandir e modernizar a estrutura da Defesa Civil, visando ações preventivas e incentivo ao voluntariado, com cursos e treinamentos para ações de cuidado e atenção aos desastres”; e implantar ações que proporcionem cuidado e bem-estar dos animais, apoio a organizações da sociedade civil que atuem no acolhimento, na assistência e na proteção dos animais, e realizar estudos visando a implantação de uma clínica/hospital veterinário”.

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