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Movimento Invasão Zero cerca acampamento de trabalhadores sem terra

PM e Serviço de Inteligência do governo acompanharam movimento para garantir a ordem e integridade de todos

Redes Sociais

Proprietários rurais, empresários apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ligados ao Movimento Invasão Zero, cercaram, na tarde desta quarta-feira (17), a ocupação realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Fazenda Coqueirinho, em São Mateus, norte do Estado.

A ocupação teve início horas antes, de madrugada, e conta com cerca de 250 famílias, incluindo mulheres, crianças e idosos. O cerco dos bolsonaristas chegou a contar com 27 carros populares, além de tratores agrícolas e drones, relata o MST. “Estavam na entrada do acampamento cercando e fazendo pressão”.

A Polícia Militar, que marcou presença na ocupação desde a madrugada, continuou no local durante o cerco, “empenhada no papel de zelar pela integridade física das famílias, sob ameaças dos proprietários”, informou o MST, em suas redes sociais.

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Membros do Serviço de Inteligência do governo do Estado também foram enviados ao local. “A deputada Iriny Lopes [PT] acionou o governador [Renato Casagrande (PSB)], que enviou a Secretaria de Segurança Pública [Sesp] e o Serviço de Inteligência”, complementa Carolino da Silva, da direção nacional do MST no Espírito Santo.

A ocupação na Fazenda Coqueirinho integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que acontece, desde segunda-feira (15), em 14 estados e deve se estender até a próxima sexta-feira (19).

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As ocupações de terra enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis no Brasil, tendo como foco a erradicação da fome no campo e na cidade, garantindo o desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Conforme destaca o MST, o orçamento voltado para a obtenção de terra e direitos básicos no campo, como infraestrutura, crédito para produção e moradia, é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos.

Na Carta ao Povo Brasileiro, lançada nesta segunda-feira (15), o movimento expõe a importância da reforma agrária para o desenvolvimento do país.

“Lutamos, porque 105 mil famílias estão acampadas e exigimos que o Governo Federal cumpra o artigo 184 da Constituição Federal, desaproprie latifúndios improdutivos e democratize o acesso à terra, assentando todos e todas que querem trabalhar e produzir alimentos para o povo”. E continua o documento: “lutamos pela reforma agrária para que a terra cumpra sua função social: produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro e cuidar da natureza.”

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