O deputado estadual Bruno Lamas (PSB) precisa manter viva sua pré-candidatura a prefeito da Serra, pelo menos por mais um tempo. Ele chegou a comentar reportagem de Século Diário (16/06/16) que dá como certa a aliança entre Rede-PSB sem o deputado na disputa. A chapa do prefeito Audifax Barcelos (Rede) à reeleição teria como vice Márcia Lamas, mãe de Bruno. O palanque ganharia também o apoio de Renato Casagrande, selando a reaproximação do prefeito com o ex-governador socialista.
“Boa matéria! Só faltou os atores citados combinarem comigo (risos)! Coisa que dificilmente vai acontecer. Trabalho muito e sonho em administrar a Serra”. Apesar do ímpeto demonstrado no comentário em querer governar a Serra, Bruno Lamas já sabe que os planos eleitorais do PSB e da Rede não o incluem na disputa de outubro.
Os planos de Audifax sempre foram com a mãe do deputado. Quando convidou Márcia para a Secretaria de Educação, em janeiro deste ano, o prefeito fez o primeiro movimento no sentido construir uma chapa com Márcia.
É claro que Márcia Lamas não iria revolucionar a educação serrana em menos de seis meses. O importante era criar o fato político. Audifax também precisava desvincular Márcia da gestão do rival, o deputado federal e virtual candidato a prefeito Sérgio Vidigal, já que ela foi secretária na gestão do pedetista, não por seis meses, mas por oito anos.
Bruno Lamas pode falar o que quiser para tentar desconstruir a notícia que o deixa fora da disputa, mas ele sabe melhor do que ninguém que uma candidatura próprio para enfrentar Audifax seria improvável. Não ficaria bem para o deputado fazer o oposição ao prefeito. Logo ele que tem um lote significativo de cargos na prefeitura da Serra. Ele sabe também que a aliança já está fechada, inclusive com a manda-chuva da Rede, a presidenciável Marina Silva, que na visita ao Estado no início desta semana discutiu o cenário serrano com Casagrande e Vidigal, e deu as bençãos à aliança.
No jornal A Gazeta deste sábado (18), Márcia bem que tentou manter a pré-candidatura do filho, mas não convenceu, porque acabou admitindo que a aliança era uma possibilidade. “Pode ter aliança ou pode ter candidatura própria, mas essa é uma questão que se dá a nível partidário”.
Ela tem toda a razão. Faltou admitir que a discussão já ocorreu e que os caciques dos dois partidos decidiram pela aliança. Márcia desconversa, o que é natural, porque se sente na obrigação tutelar de arrumar uma saída honrosa para o filho.
O detalhe agora é meramente temporal. Os partidos vão aguardar o momento mais estratégico para anunciar a aliança Rede-PSB, com Audifax e Márcia Lamas na chapa que vai disputar a prefeitura da Serra em outubro.
O suspense também será estratégico para anunciar o apoio de Casagrande à chapa. O socialista, a propósito, conquista mais um palanque (já tem um na capital, com o prefeito Luciano Rezende, PPS) importantíssimo na Grande Vitória.