A Câmara de Vereadores de Santa Leopoldina (região serrana do Estado) vai eleger nesta segunda-feira (15) os membros da Mesa Diretora para o biênio 2015/2016. Após uma sequência de escândalos políticos no município, os vereadores vão decidir sobre o eventual retorno de antigos aliados do ex-prefeito Ronaldo Prudêncio (PDT), cassado pela Câmara após denúncias de corrupção. A eleição deve contar com duas chapas: a primeira encabeçada pela atual presidente da Casa, Ângela do Tino (PPS), e a segunda, pelo ex-presidente Darley Jansen Espíndula (PP), que votou a favor da anulação da cassação do ex-prefeito.
Para os meios políticos, a disputa tem como pano de fundo uma possível manobra para o retorno de Prudêncio, que foi cassado em maio de 2011. O ex-prefeito foi relacionado às investigações da Operação Moeda de Troca, que levantou a existência de um esquema de fraudes em licitações e contratos públicos. Na época, os vereadores condenaram o então prefeito por irregularidades na aquisição de merenda escolar. Entretanto, em dezembro do ano seguinte, a Câmara voltou atrás e suspendeu os efeitos da suspensão dos direitos políticos.
Segundo fontes de bastidores, o ex-prefeito estaria trabalhando para retornar ao cargo no próximo pleito. Desta forma, o “primeiro turno” da disputa seria a escolha no presidente da Câmara. Segundo bastidores, o nome do grupo seria de Darley Espíndula, que também conduziu a operação para derrubada do decreto legislativo. O ex-presidente do Legislativo contaria hoje com o apoio de três vereadores: Janiço João Vervloet (PDT), cotado para ser vice-presidente; Denis Gonçalves Pina (PROS); e Celestino Muller Thomas (PMDB).
Já a chapa da situação também contaria com o apoio de outros quatro vereadores: além de Ângela, dos vereadores Robson Siller (PMDB), Jovelson Aguilar Sabino Júnior (PSB) e Alex Nunes Gomes (PPS). Desta forma, o voto de minerva deve ser do vereador Marcos Adriano Rauta (PSDB), quem votou pela cassação de Ronaldo Prudêncio, mas hoje é visto próximo ao grupo de Darley Espíndula.
Pesa contra o aliado do ex-prefeito o fato de responder a duas ações de improbidade por suspeita de dano ao erário. Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPES) de utilizar o veículo da Câmara para fins particulares, além do uso de um trator da prefeitura em uma obra no terreno de seu pai. O ex-presidente da Câmara responde a um inquérito civil na promotoria local pelo suposto desvio de diárias.
No caso da candidata à reeleição, Ângela é apontada como dona de um perfil moralizador e mais próxima ao atual prefeito Romero Endringer (PMDB). Em sua campanha, a vereadora preferiu ignorar a suposta manobra política e aposta na economia de recursos para a construção de uma nova sede da Câmara. Ela também pretende realizar concurso público para reduzir o quadro de comissionados na Casa.
