Nesta quinta-feira (10), a Câmara dos Deputados realiza uma sessão solene para homenagear os 41 deputados federais cassados pelos Atos Institucionais 1 e 2, assinados no dia 10 de abril de 1964 pelo comando da ditadura. Entre eles está o capixaba de Alegre, no sul do Estado, Ramon de Oliveira Neto.
O Ato nº 2 da ditadura cassou os mandatos de 36 deputados, enquanto o Ato 1 cassou os direitos políticos de outros cinco, totalizando 41 deputados federais cujas representações populares foram tomadas em 10 de abril de 1964. Durante a ditadura civil-militar, 173 mandatos de deputados federais foram cassados por instrumentos arbitrários.
Neto era considerado pelos militares um dos principais líderes revolucionários da esquerda. Figurou logo na primeira lista de cassação, na companhia de João Goulart e líderes comunistas como Luiz Carlos Prestes e João Amazonas, integrando uma extensa lista. Ele era o 13º subversivo
O deputado cassado nasceu em 1926, na vila de Celina, em Alegre. Mas estudou em Minas Gerais e se formou em medicina no Rio de Janeiro, onde também conheceu a esposa Olga. A família mudou-se para Colatina, noroeste do Estado. Foi no município, que iniciou sua vida política.
A homenagem aos deputados cassados na ditadura será promovido pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, integrada à Comissão de Direitos Humanos e Minorias. A cerimônia acontece às 11 horas, no Hall da Taquigrafia, no anexo 2.
A homenagem aos deputados federais atingidos pelos primeiros atos do regime de exceção se insere nos eventos alusivos ao Ano Nacional da Memória, Verdade e Justiça.