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Conselheiros vão buscar chapa de consenso em eleição no TCE até a última hora

Na véspera da escolha do novo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), os conselheiros discutem uma chapa de consenso para manter a tradição em eleições internas. Apesar do pequeno eleitorado – formado pelos cinco conselheiros em atividade –, a disputa tem dois candidatos: o atual presidente Sebastião Carlos Ranna, que tenta se recuperar do desgaste causado por situações externas durante a gestão; e o atual corregedor Domingos Augusto Taufner. Sua candidatura é vista como equilibrada entre os grupos formados dentro da Corte.
 
Nos bastidores do tribunal, a informação é de que o principal entrave na eleição – marcada para a tarde desta quinta-feira (31) – está na pretensão de Ranna em disputar a reeleição, que apesar de permitida pelo Regimento Interno do TCE, não é um expediente corriqueiro na Corte. Os demais conselheiros justificam o fato de que a vez do atual presidente teria passado e que seria o momento de “oxigenar” a administração do tribunal.
 
Pesaria também contra a reeleição de Ranna o fato de ele ter posto o tribunal como protagonista em ações de combate à corrupção, como a Operação Derrama, que levou 11 ex-prefeitos capixabas para a prisão. Apesar da boa repercussão na opinião pública, a operação dividiu a classe política, que estranhou a atuação do tribunal que deflagrou as primeiras investigações no suposto esquema de fraudes na recuperação de créditos previdenciárias. No Judiciário, a operação acabou não tendo ressonância após o arquivamento do inquérito pelo procurador-geral de Justiça, Eder Pontes da Silva.
 
Além dessas situações, fontes internas do tribunal apontam que o estilo de comando de Ranna teria causado desconforto entre colegas de plenário. Eles relatam que o presidente, até mesmo pela origem como auditor, exerce forte influência sobre a área técnica do tribunal. Nos últimos dias, os conselheiros teriam identificado uma tentativa de desqualificação da candidatura de Taufner na mídia local, que assumiu uma posição favorável à reeleição do atual presidente.
 
Por outro lado, o nome de Taufner é apontado como um ponto de equilíbrio no tribunal pelo fato de ter mantido a descrição desde que foi empossado como conselheiro, em dezembro de 2011. Com passagem política como vereador de Vila Velha pelo PT e vindo de uma carreira técnica na área de finanças da Prefeitura de Vitória, o atual corregedor teria a seu favor não apenas a tradição de alternância de poder no comando do tribunal, mas também de não manter relações políticas com nenhum grupo político específico.
 
Neste ponto, o núcleo dos conselheiros com ligação ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB) deve ser determinante para o resultado da disputa. Apesar de ter sido nomeado pelo peemedebista, Ranna teria “desalinhado” com o grupo formado pelos ex-secretários da Casa Civil no governo passado, Sérgio Aboudib e José Antônio Pimentel, além de Rodrigo Chamoun, que foi nomeado pelo governador Renato Casagrande, mas que teria se alinhado com os dois primeiros. Esse grupo defenderia internamente a candidatura de Taufner, porém, longe dos holofotes da mídia que segue celebrando o batizado “novo Tribunal de Contas”.
 
A eleição da nova Mesa Diretora do TCE acontece em sessão aberta, marcada para as 14 horas desta quinta-feira (31). Serão eleitos ainda o novo vice-presidente, corregedor e ouvidor do tribunal. Dos cinco conselheiros, quatro vão ocupar cargos na cúpula da Corte. O TCE tem sete cadeiras de conselheira, uma está vaga desde a aposentadoria compulsória do ex-conselheiro Marcos Miranda Madureira, enquanto a outra é ocupada por auditores convocados para a vaga do conselheiro Valci José Ferreira, afastado do cargo desde 2007 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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