O processo eleitoral de 2016 foi bastante antecipado. As lideranças políticas que esperavam o início das movimentações para junho próximo já perceberam que as articulações estão a todo vapor. Na bancada capixaba, a expectativa é de que mais da metade dos deputados federais dispute as eleições em 2016. Mas, por enquanto, todos evitam o debate.
A efervescência dos protestos de rua e a rejeição da classe política inibem a antecipação das movimentações dos deputados. Em tempos de crise política, o momento é de adiar as articulações, deixando o desgaste para quem está à frente dos cargos executivos, já que a maioria vai enfrentar os atuais prefeitos em busca da reeleição.
Quando perguntados sobre os planos para 2016, os deputados federais negam suas intenções de disputar a eleição municipal. Mas nos meios políticos a participação dos deputados no pleito é esperada e dada como certa. Quem não for disputar diretamente, irá participar como cabo eleitoral.
A movimentação mais recente neste sentido é a do deputado Lelo Coimbra (PMDB), que vem sendo cotado para disputar a Prefeitura de Vitória. Ele, assim como os outros deputados, vem tergiversando sobre o tema, mas se movimenta nos bastidores em busca de apoio para sua candidatura.
A articulação em torno do nome de Sérgio Vidigal (PDT) é grande no Estado. Sua aproximação com o governador Paulo Hartung (PMDB) e a intenção do peemedebista em não correr risco no colégio eleitoral da Serra, onde perdeu a eleição para Renato Casagrande (PSB), fazem com que o cenário fique obscuro, mas há algumas leituras do processo. Chegou-se a falar nos meios políticos que Vidigal poderia ser colocado na chamada fila sucessória do Palácio Anchieta, em 2018, mas a ligação de Vidigal com o município é muito forte e a ideia de que ele não dispute a eleição de 2016 contra Audifax Barcelos (PSB) é difícil de ser digerida.
Um dos deputados que fez o mergulho mais profundo parece ser o deputado Helder Salomão (PT). Cotado como favorito na disputa de 2016, em Cariacica. O deputado, porém, se afastou do processo de discussão momentaneamente. Com a crise envolvendo o PT nacional, exposição neste momento pode trazer um desgaste desnecessário.
O tucano Max Filho (PSDB) é um nome muito forte cotado para a disputa à Prefeitura de Vila Velha. Mas ele estaria visando outros projetos e não deve se aventurar em 2016, mantendo o trabalho na Câmara. Mas se houver outros movimentos que pressionem o deputado, a disputa não está descartada.
Jorge Silva (Pros) é outro nome na disputa eleitoral de 2016. Ele é um dos favoritos na corrida pela Prefeitura de São Mateus, norte do Estado. Já o deputado Carlos Manato (SD) estaria mudando sua base para Alegre, no sul do Estado, onde pode entrar na disputa municipal.
Paulo Foletto (PSB) também não teria dificuldade em disputar a eleição em Colatina, no noroeste do Estado, mas uma articulação local deve lançar o ex-deputado federal Marcelino Fraga (PMDB) com o apoio dele e do deputado estadual Da Vitória (PDT).