No ranking de votação dos deputados estaduais, a distância entre os dois petistas eleitos, o ex-prefeito de Cariacica, Helder Salomão, com 83.967 votos, e o vice-governador Givaldo Vieira, com 50.928, sugere que o primeiro sai da disputa mais fortalecido que o segundo. Mas não é bem assim que o PT hierarquiza as forças de seus novos quadros.
Embora, Helder seja uma das figuras políticas mais respeitadas internamente, o nome de Givaldo Vieira ganhou força dentro do partido depois da eleição. Ele vem sendo apontado como o nome capaz de liderar um projeto político para o Espírito Santo. Isso devido ao perfil dos dois deputados eleitos.
Helder, apesar do volume e prestígio político, é muito ligado ao município de Cariacica, sua principal base. Seu perfil é de gestor e ele não teria muito traquejo político para lidar com a difícil caminhada partidária do PT. Givaldo, como vice-governador e sem acumular função de secretário de Estado, circulou o Estado todo no governo de Renato Casagrande e aproveitou para fazer política.
Transita bem com lideranças do PT e fora dele, teria ele, neste sentido, mais condições de articular com aliados do partido e negociar espaços para a legenda. Mas Givaldo é ligado ao atual presidente do partido, o ex-prefeito de Vitória João Coser. Por isso, a tendência de ele aderir à política pragmática que vem sendo adotada pelo PT no Estado é grande.
Foi o que Givaldo fez quando comandou o partido antes quando Carlos Casteglione deixou a presidência depois da eleição de 2008 para assumir a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. Givaldo passou a ser o nome de Coser no PT, situação que se manteve depois de sua saída do comando do partido e até a chegada do próprio Coser à presidência do PT capixaba.