Os meios políticos aguardavam as primeiras movimentações do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), após indicar que vai cuidar da Assembleia e o governador Paulo Hartung (PMDB) que cuide do Executivo, dando a entender que cada um passará a dançar no seu quadrado. Apesar da expectativa em cima de Ferraço, quem roubou a cena na sessão dessa quarta-feira (3) foi o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD)
Ele protagonizou embates acalorados, como é do seu estilo, com alguns colegas e funcionários da Casa ao discutir questões ligadas ao regimento e à dinâmica do plenário. Com uma pauta ainda morna, as discussões movimentaram a sessão e aqueceram articulações políticas neste início de legislatura.
Enivaldo x Luzia Toledo
O primeiro entrevero da manhã foi entre Envialdo e a vice-presidente da Mesa Diretora, Luzia Toledo (PMDB), que presidia a sessão no momento. Enivaldo pediu a palavra para encaminhar votação e após seu pronunciamento, a peemedebista disse que o deputado estaria justificando o voto já que o item do Expediente já havia sido votado e Enivaldo não concordou.
Os dois discutiram sobre o trâmite e Enivaldo pediu a gravação da sessão para comprovar sua versão. Depois de muita discussão, Luzia reconheceu que o colega estava certo, ao ler as notas taquigráficas.
Envialdo x Ferraço
O presidente da Assembleia também teve um momento polêmico com Enivaldo ao distribuir a vaga da Comissão de Justiça ao deputado recém-empossado Luiz Durão (PDT). Enivaldo questionou a distribuição ao dizer que como suplente, o pedetista não teria direito à vaga. Os dois também discutiram e Enivaldo pediu uma resposta por escrito, porque entendeu que regimento é omisso em relação à distribuição das vagas das comissões.
Enivaldo X Casa Grande
Também sobrou para o secretário-geral da Mesa, Carlos Eduardo Casa Grande. É que na omissão do Regimento, os deputados consultam o servidor para saber as medidas a serem tomadas. E sobre a questão da suplência, como o regimento é omisso, Casa Grande afirmou a Enivaldo que o “costume” é que o suplente assuma a vaga. O deputado não aceitou a justificativa.
Enivaldo X Esmeraldo
O assunto atiçou o também recém-empossado José Esmeraldo (PMDB), que se sentiu ofendido pela crítica de Enivaldo. Ele afirmou que os suplentes têm o mesmo direito dos demais deputados e que sua votação foi superior à de Enivaldo nas eleições de 2014. Ele foi rebatido por Enivaldo e teve de ouvir que o sistema é de coligação e que Esmeraldo sabia disso quando disputou a eleição. Além disso, ironizou, Enivaldo, “o deputado federal Tiririca (PR) foi eleito com mais de um milhão de votos e não vale uma tiririca”.
Enivaldo X Luiza II
Ainda sobre o tema, a deputada Luzia Toledo, que entrou na Assembleia na suplência do ex-deputado Gilson Amaro (PMDB) e também foi senadora na suplência de José Ignácio Ferreira, questionou o deputado Enivaldo pela crítica. Dessa vez, ele tentou contornar, convidando a deputada a assinar uma emenda ao Regimento da Casa. Destacou que não tem nada contra os suplentes e que se ateve apenas à legalidade.
Enivaldo X Procuradoria
Quase no final da sessão, o deputado voltou a um tema que ele vinha batendo no ano passado. Ele votou contra as indicações de inconstitucionalidade de projetos dos colegas. Ele vem questionando a ingerência da Procuradoria da Casa nas proposições dos deputados.
Envialdo X Vale
Antes do fim da sessão, ainda deu tempo para que o deputado aparteasse o colega Gilsinho Lopes (PR) na defesa do relatório da CPI do Pó Preto da Câmara de Vitória. O deputado afirmou que a Vale deve deixar de ser vista como empresa e passar a ser vista como “bandida”.