Está cada dia mais difícil para o senador Ricardo Ferraço (PMDB) consolidar sua candidatura ao governo do Estado na disputa de outubro próximo. Nessa quarta-feira (29) ele se reuniu com lideranças do PSDB, mas também só conseguiu uma possibilidade de composição para o segundo turno da eleição. Sua candidatura continua isolada.
Com a negativa tucana, o campo de atuação do PMDB fica ainda mais restrito. Para os meios políticos, a previsão de disputa acirrada, com segundo turno, espantaria do pleito ao governo o ex-governador Paulo Hartung, e como Ricardo Ferraço não teria densidade para enfrentar o governador Renato Casagrande, ninguém embarcaria em seu palanque.
A rejeição da aliança também confirma o entendimento dos meios políticos de que Hartung teria articulado a movimentação com o ninho tucano e não Ricardo Ferraço, como o senador deu a entender na entrevista que concedeu ao jornal Valor Econômico, publicada na última segunda-feira (26).
Outro partido que não quer a aliança com o senador é o PT. Depois da vinda do presidente nacional do partido, Rui Falcão, ao Estado, no último fim de semana, ficou endossada a movimentação para que o PT fique no palanque de neutralidade de Casagrande.
O governador oferece a vaga para a disputa ao Senado para que o partido possa tentar eleger o presidente regional, o ex-prefeito de Vitória João Coser, o que garantiria a base esperada no Senado para o PT nacional e marcaria o espaço para a campanha da presidente Dilma Rousseff no Estado, puxada por uma candidatura majoritária.
Mesmo com a expectativa de que o ex-presidente Lula assuma as articulações nos estados em março, no Espírito Santo, quando ele vier, o cenário já estará consolidado e será difícil ingerir em favor do PMDB. Além disso, uma intervenção só aconteceria em favor de uma candidatura de Paulo Hartung ao governo e não de Ricardo Ferraço. Mas pelo sentimento que circula no PT hoje, nem isso tiraria o partido do palanque de Casagrande.
Ricardo Ferraço anunciou sua disposição para disputar o governo do Estado ainda no ano passado. Mas vem enfrentando uma dura resistência na base do PMDB. Com sete deputados estaduais, o grupo do ex-governador Paulo Hartung, do qual Ricardo faz parte, está cada vez mais isolado dentro do partido.