O tão festejado processo de incorporação do PPS pelo PSB parece não evoluir bem em nível nacional e os caciques dos partidos teriam desistido da fusão. A informação, divulgada pela coluna de Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo desta semana, coloca um ponto de interrogação nas declarações de lealdade das principais lideranças dos partidos no Estado, sobretudo, para a disputa da eleição municipal em 2016.
No centro das atenções está o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). Para os meios políticos, ele é a liderança que mais perde com o fim do processo de fusão dos partidos, caso se confirme a desistência da união. O prefeito vai disputar a reeleição em 2016 em um cenário bastante adverso.
Com a tendência do governador Paulo Hartung (PMDB) em articular as movimentações para o pleito nos principais colégios eleitorais do Estado, Rezende estaria isolado no processo político, com uma disputa de muitos candidatos fortes para enfrentar, e com a popularidade em baixa.
Para o ex-governador Renato Casagrande (PSB), seria uma chance de fortalecer o partido, que vive um momento de fragilidade no cenário estadual, depois da debandada de quadros com a derrota à reeleição em 2014. A mais sentida deve ser a saída que ainda está por vir, do prefeito da Serra, Audifax Barcelos, que só aguardaria a criação do Rede Sustentabilidade para deixar o partido.
Outra liderança que também deve ter sua rota alterada é o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia, o Juninho (PPS). Com a ideia da fusão, o prefeito pretendia deixar o PPS por incompatibilidade com o projeto de Casagrande, já que ele é do grupo de Hartung.
Segundo a coluna de Janio de Freitas, a disposição do PPS em continuar alinhado ao PSDB dificultou a costura com o PSB, além da grande divergência a vários pontos da reforma política, em pauta no Congresso Nacional.
Quem também desistiu do casamento foi o PTB e o DEM, depois de dificuldades de conciliação, o que não aconteceria no Estado. Os dois partidos estavam prontos para caminhar de braços dados na eleição do próximo ano, mas não houve consenso sobre a composição do diretório após a fusão e pesou a divergência em relação ao governo federal, sendo o DEM oposicionista e o PTB da base governista.