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Governistas manobram e adiam criação do blocão na Assembleia

A criação do bloco parlamentar independente, batizado de “blocão”, provocou a derrubada da sessão da Assembleia Legislativa desta segunda-feira (15) por falta de quórum. A reunião durou pouco menos de vinte minutos após a bancada governista, pelas mãos do deputado Euclério Sampaio (PDT), se retirar do plenário para evitar a leitura do requerimento de criação do chamado blocão. O autor da proposta, Enivaldo dos Anjos (PSD), criticou a manobra governista e alertou que a obstrução do expediente pode prejudicar os trabalhos da Casa: “Quanto tempo vai durar essa manobra?”, discursou.

A derrubada da sessão ocorreu logo na leitura do expediente. O requerimento de Enivaldo, sobre a criação do blocão, era o 36º item da pauta, mas Euclério se apressou em pedir a recomposição do quórum. Dos 24 deputados presentes no início da sessão, apenas oito responderam à chamada – além de Enivaldo e Euclério (que teve de assinalar presença por ser o autor do pedido de recontagem). Estavam presentes: Cacau Lorenzoni (PP), Edson Magalhães (PMDB), Freitas (PSB), Janete de Sá (PMN), Sérgio Majeski (PSDB) e Theodorico Ferraço (DEM), presidente da Casa.

 
Havia 130 itens para serem lidos durante esta fase, entre eles os cinco pedidos de urgência do governo. O deputado Lorenzoni, 2º secretário da Casa, ainda estava lendo a ata da sessão anterior quando Euclério Sampaio (PDT) solicitou verificação de quórum. Imediatamente, Enivaldo dos Anjos (PSD) pediu a palavra e vinculou a solicitação do pedetista ao Requerimento de nº5/2016, que tem como objetivo a formação do blocão.
 
“Ele não deseja que o item 36 seja lido. Gostaria de fazer um apelo aos demais deputados para que não permitam esse desatino. Derrubar a sessão pelo motivo de não querer ler um requerimento é uma clara demonstração de enfraquecimento desse Parlamento. A sociedade gasta R$ 230 e poucos milhões para manter a Casa”, afirmou Enivaldo.
 
Ferraço chegou a alertar os parlamentares sobre os projetos do governo em pauta, mas o apelo foi em vão. Tanto que os deputados Erick Musso (PP), vice-líder do governo; Hércules Silveira; e José Esmeraldo (ambos do PMDB), sequer deixaram o plenário, preferindo apenas não registrar suas presenças. Como o quórum mínimo para manutenção da sessão é de dez deputados, a sessão ordinária foi encerrada – logo após os pronunciamentos de Enivaldo e Majeski, que endossou as críticas à manobra dos deputados feitas pelo deputado do PSD. “Queria reforçar o discurso de Enivaldo independente do mérito do requerimento. É lamentável que a sessão tenha caído com uma pauta tão cheia”

Nos bastidores, correm rumores da movimentação do Palácio Anchieta para impedir a criação do blocão, que não nasceria como oposição, mas apenas para manter uma posição crítica e mais independente em relação ao governo. Enivaldo atribuiu a manobra à bancada governista, mas acredita que o bloco será criado mesmo com a forte pressão do Palácio Anchieta para obrigar os parlamentares a retirarem as asssinaturas do projeto. Ele preferiu não antecipar detalhes sobre a formação do blocão, como a liderança – que já teria sido definida em reunião realizada pelos parlamentares na manhã desta segunda.

Enivaldo garantiu que até o momento  os 11 deputados proponentes ratificaram participação, apesar da possibilidade de retirada de assinaturas até a nova tentativa de leitura – na sessão desta terça-feira (16). Até o momento, formalizaram apoio ao blocão: Gilsinho Lopes (PR), Freitas, Josias Da Vitória (PDT), Bruno Lamas (PSB), José Esmeraldo, Rafael Favatto (PEN), Theodorico Ferraço, Marcelo Santos (PMDB), Cacau Lorenzoni e Marcos Bruno (Rede).

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