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Governo abre negociação sobre recomposição inflacionária de servidores

Uma reunião da Central Sindical Pública com o secretário de planejamento, Álvaro Duboc, nessa terça-feira (30), marcou a abertura de negociação com os servidores públicos para discutir a recomposição inflacionária, já acumulada em 28,4%.

“O governo tem condições financeiras suficientes para conceder imediatamente o reajuste de 5,56% aos servidores referente à inflação acumulada desde abril de 2018. Não existe mais nenhum argumento plausível para passarmos mais um mês com nossos salários defasados” comenta Tadeu Guerzet, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos).

A afirmação está relacionada ao ato do governador Renato Casagrande (PSB) de sancionar a lei que cria 307 cargos comissionados no Ministério Público, gerando um gasto superior a R$ 27 milhões por ano apenas para esses cargos. 

Guerzet afirma que “recompor o salário dos mais de 50 mil servidores, conforme a inflação acumulada desde abril de 2018 (5,56% IPCA), geraria um impacto per capita muito menor, visto que seria necessário o investimento de R$ 24 milhões/mês para amenizar os mais de 25% de perdas salariais sofridas pelos servidores”.

Os sindicatos presentes à reunião, representando as diversas categorias do funcionalismo público, apresentaram uma detalhada análise realizada por um especialista em finanças públicas e mercado de trabalho, assessor de sindicatos no Paraná,  Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o estudo, a economia do Estado está equilibrada, estável e vem apresentando um crescimento constante de receitas, batendo 17% apenas no mês de junho, o que garantiu o crescimento no semestre de 13,82%, conforme dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). 

Além disso, apresentou o segundo melhor resultado entre os estados, com uma receita corrente líquida apenas no primeiro quadrimestre de R$ 14,1 bilhões, o que garante uma “larga margem financeira para realizar a recomposição da inflação sem que atinja os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.

O dados apresentados ao secretário, de abril de 2014 até o momento, apontam que o servidor, a cada ano, deixou de receber quase três de seus salários, o que impacta a economia familiar e de toda sociedade capixaba.

O secretário Álvaro Duboc não se contrapôs aos dados apresentados, mas destacou que alguns números estariam diferentes dos levantados pela sua equipe, comprometendo-se a estudá-los e estabelecer uma negociação com a categoria.

A reunião foi finalizada com o compromisso das entidades protocolarem os dados apresentados e do governo estabelecer uma mesa de negociação entre a equipe técnica para analisar esses números e chegar, em conjunto com as entidades, a uma proposta que venha reduzir a perda salarial.

O funcionalismo reivindicava abrir a mesa de negociação com o governo desde o início do atual mandato de Casagrande, conforme compromisso assumido na campanha eleitoral de 2018.

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