A ida de Guerino Zanon (PMDB) para a secretaria de Esportes do Estado e a iminente transfrência do deputado Rodrigo Coelho (de saída do PT) para a Assistência Social apontam que o governador Paulo Hartung (PMDB), a exemplo do que ocorreu nesse primeiro ano de governo, não está disposto a distribuir postos no primeiro escalão para aliados políticos. Com algumas mudanças pontuais, a tendência é de que o governador mantenha os cargos do primeiro escalão na mão de aliados pessoais. Não por acaso, há apenas quatro indicações políticas no primeiro escalão.
Os nomes do secretariado são muito mais ligados ao grupo do governador do que um nome de representatividade partidária propriamente dita. Os partidos que estiveram com o governador na campanha tiveram que se contentar com cargos de menor visibilidade.
Além de Zanon, que assumiu recentemente a pasta de Esportes para abrir vaga na Assembleia para o ex-deputado José Esmeraldo (PMDB), também são nomes partidários o secretario de Ciência e Tecnologia, Guerino Balestrassi (PSDB), e o Secretario de Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser.
A ex-deputada federal Sueli Vidigal preenche a cota do PDT, outro importante aliado na campanha eleitoral de Hartung. Aliás, pasta que Rodrigo Coelho pode ocupar assim que assinar ficha de filiação ao PDT, mantendo a quota do PDT no governo. Os demais secretários são pessoas ligadas a Hartung, que o acompanham em sua trajetória política.
No chamado segundo escalão, porém, o uso político dos cargos é mais evidente, como na Secretaria de Agricultura, com o PMDB dominando a Ceasa, por exemplo. No Banco de Desenvolvimento Espírito Santo (Bandes) está o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas.
Nos meios políticos, essa divisão escassa causou problemas entre as lideranças que apoiaram Hartung, sobretudo no ninho tucano. Alguns filiados do partido não gostaram de ver o PT no primeiro escalão, já que Hartung foi eleito no palanque do tucano Aécio Neves.
Já no PT, a movimentação foi contrária. Alguns filiados históricos entendem que o partido deveria deixar o governo Paulo Hartung, depois que o PMDB do Estado se posicionou favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e o governador passou a criticar o governo federal.