O governador Paulo Hartung (PMDB), pelo menos por enquanto, apesar de manter uma distância segura do processo de escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa, vem acompanhando as articulações e conversando com os deputados por meio de interlocutores para tentar inflar o nome do aliado Guerino Zanon (PMDB) para o comando da Casa no próximo biênio.
Mas essa interlocução não se estende a todos os deputados. Dos 30 parlamentares eleitos e reeleitos, um deles se mantém blindado ao assédio do Palácio Anchieta: Amaro Neto (PPS). A linha defensiva do recordista de votos nas eleições 2014 vem intrigando os emissários do Palácio Anchieta.
Eleito com mais de 55 mil votos, o deputado estadual, que toma posse em fevereiro, não tem conversado com os interlocutores do ex-governador sobre a eleição da Mesa. A posição de Amaro é uma incógnita. Aliás, é um mistério para esse processo eleitoral interno. Para alguns parlamentares, Amaro tem por causa da votação recorde e da popularidade que goza num popular programa de TV, condições de ele mesmo disputar a vaga, mas o fato de ser novato na Assembleia não ajuda na construção do seu palanque. Até quando o deputado eleito vai conseguir manter o isolamento do processo eleitoral é que não se sabe.
A eleição da Mesa Diretora acontece no próximo dia 2 de fevereiro. O deputado Josias Da Vitória (PDT) tentou se viabilizar como um nome alternativo, mas sua movimentação acabou perdendo força esta semana. A avaliação dos meios políticos é de que Da Vitória acelerou o processo fora de hora.
A patinada de Da Vitória acabou fortalecendo o novamente o nome do deputado federal Theodorico Ferraço (DEM), que volta a ser visto como a boia de salvação para os deputados que querem uma Assembleia mais autônoma.
Apesar da posição discreta neste momento, o governador deve entrar na discussão mais efetivamente na reta final das articulações.
