A posição do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de ser fiel ao governo Dilma, afeta o processo eleitoral no Estado. A posição da nacional do PDT cria um impasse nas articulações feitas até aqui pelo partido no Estado. Caso o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) não assuma o palanque da presidente Dilma Rousseff, o PDT pode acabar tendo que se afastar do palanque do peemedebista.
A discussão agora volta para dentro do PT. Isso porque, diante da incerteza dos aliados de que Hartung assumirá a candidatura de Dilma no Estado, a alternativa seria a candidatura própria petista, com o apoio do PDT, com a possibilidade de atrair o PR do senador Magno Malta para o grupo.
O problema é que o presidente do PT, João Coser, não estaria disposto disputar o governo. Coser pleiteia a candidatura ao Senado no palanque de Hartung. Dentro do PT, o entendimento é de que a colocação da candidatura da deputada federal Rose de Freitas pelo PMDB é irreversível, fechando o espaço para Coser. O partido também não aceita a vice.
Há uma tentativa de convencer o presidente do partido a assumir a candidatura, já que Coser é hoje a liderança petista com mais chances de erguer um palanque competitivo no Estado para Dilma. Caso a articulação dê certo, o grupo pode buscar a aproximação com o PR. O que poderia fortalecer a candidatura de Dilma se ele não conseguir se viabilizar para a disputa presidencial ou em um eventual segundo turno.
O grupo poderia ainda acomodar a candidatura do delegado de Delitos no Trânsito Fabiano Contarato (PR) ao Senado, condição de que Malta não abre mão. Mas se Coser radicalizar o processo, as lideranças podem continuar no palanque de Hartung, mantendo ainda a articulação com o DEM estadual. A dúvida, porém, é se o ex-governador vai mesmo assumir a candidatura ao governo, já que mantém sigilo sobre sua posição desde que ofereceu o nome ao partido. O ex-governador segue mantendo conversas reservadas com os aliados.
Se na majoritária a situação é delicada, caso a chapa alternativa tiver de ser formada pela pressão dos partidos, a composição proporcional é favorável. Juntos PT, PR e PDT podem conseguir de duas a três vagas na Câmara dos Deputados, até porque atrair o PR significa anexar também o PSC. O grupo teria o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal como um dos principais nomes na corrida da eleição de deputado federal. O grupo também pode garantir a reeleição da deputada Lauriete e puxar a terceira cadeira, que ficaria com o PT. O principal nome nessa corrida é o do ex-prefeito de Cariacica Helder Salomão.
Já na estadual, o grupo a ser formado por PT-PDT-PR, que hoje tem dez deputados na Assembleia Legislativa, poderia garantir de seis a oito cadeiras no plenário. São quatro deputados do PT disputando a reeleição, quatro do PDT e um do PR.

