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Júnior Corrêa critica PL e confirma que será vice de Ferraço em Cachoeiro

Vereador volta atrás em decisão de abandonar a política para virar padre e alfineta o seu antigo partido

Divulgação

Nem bem saiu e já voltou: em coletiva de imprensa realizada em sua residência, nesta terça-feira (2), o vereador Júnior Corrêa (Novo) confirmou que é pré-candidato a vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, na chapa do deputado estadual Theodorico Ferraço (PP). Cinco meses atrás, ele havia anunciado que deixaria a política para se tornar padre, em meio a conflitos dentro do Partido Liberal (PL), sua antiga sigla.

Ao contrário de sua última entrevista coletiva, desta vez, Júnior da Cofril, como também é chamado, não fez mistério sobre a participação nas eleições de outubro deste ano. Sentado ao lado de Ferraço e dos seus pais, ele também aproveitou a oportunidade para se explicar sobre as mudanças de planos e, mesmo sem citar nomes, fez críticas diretas aos seus antigos aliados bolsonaristas.

Segundo Corrêa, na época em que era apontado como o pré-candidato a prefeito do PL, a política feita pelas pessoas ao seu redor não era “pensando na cidade”, mas apenas em “poder” e “projetos pessoais”. Ele disse também que sempre quis ser o candidato da “conciliação” e do “diálogo”, algo que não conseguia fazer naquele momento.

“Todos sabem o quanto eu me doei, mas parecia que nada do que eu fazia era suficiente”, relatou Júnior. Em outro momento, ele usou a própria experiência para falar sobre a “solidão do poder”. “Você sabe o que é viver numa multidão falando ‘Deus, Pátria e Família’, falando um monte coisa, e se sentir isolado?”, questionou.

Ainda de acordo com o vereador, a tensão começou a aumentar a partir de 2022, quando teve votação expressiva como candidato a deputado federal – momento, também, em que começou a ser apontado como favorito para a disputa majoritária de 2024 em Cachoeiro. Já no ano passado, segundo seu relato, pensou em abandonar a política.

Corrêa mencionou, ainda, que os conflitos políticos o afetaram de tal forma que ele chegou a sentir pânico de andar na rua. “Peço desculpas, o que eu estava sentindo era tão forte que eu não conseguia ver um futuro na política”, comentou, chorando.

Segundo Júnior, a reavaliação de sua posição se deu após a migração para o Novo e a partir de diálogos com Theodorico Ferraço, que afirmou que só se candidataria se o próprio Corrêa estivesse com ele na chapa. Corrêa defendeu, porém, que seu “retorno” à política não se dá por “vaidade” ou “pretensão de ser prefeito”.

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Theodorico Ferraço também discursou, e disse que chegou a ser alertado por companheiros de outros partidos de que “havia uma conduta para, lá na frente, puxar o tapete do Juninho”. Ferraço fez questão de reafirmar que, se fosse por sua vontade, Júnior é quem seria o candidato a prefeito.

“Minha intenção era ver o Juninho prefeito, mas diante da atitude que ele tomou e das pesquisas que a gente tem, não sou mais dono de mim”, comentou, dizendo ainda que, apesar dos 86 anos e da diminuição de sua mobilidade física, continua com a “cabeça boa”.

O deputado também se colocou como um político de centro, rejeitando polarizações à esquerda e à direita, e que procurará dialogar com os governos estadual e federal, caso seja eleito. “O momento da política de Cachoeiro só tem uma palavra: amor. É de quem tem amor por essa terra”, completou.

‘Chamado’ ao diálogo

Questionado sobre como fica o “chamado” ao sacerdócio a partir de agora, Júnior da Cofril se justificou dizendo que “tudo tem um momento”, e que não necessariamente precisa se tornar padre para seguir sua vocação espiritual.

Corrêa também foi perguntando sobre como se daria a sua relação com o Partido Socialista Brasileiro (PSB), do governador Renato Casagrande, em caso de vitória, tendo em vista ser um opositor da sigla a nível municipal. “Política é feita de diálogo. Talvez uma das maiores falhas do governo [do prefeito] Victor [Coelho] foi o não diálogo”, criticou, acrescentando: “Basta ver a própria candidata deles [Lorena Vasques, do PSB]. Foi empurrada sem diálogo.”

Já Theodorico Ferraço foi questionado sobre a participação ou não de seu filho, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), nas eleições em Cachoeiro. Ferraço elogiou o apoio de Casagrande a Cachoeiro nos últimos anos, citando R$ 500 milhões destinados pelo governo estadual em investimentos, e disse que o governador sinalizou a aliados seus que pretende manter a relação, seja quem for o prefeito eleito.

Entretanto, se esquivou de falar diretamente sobre possível apoio de seu filho na campanha eleitoral. “Terminadas as eleições, acabou partido”, ressaltou.

O evento de lançamento oficial da chapa de Theodorico Ferraço e Júnior Corrêa está marcado para acontecer no próximo dia 11. Progressistas (PP), Novo e Movimento Democrático Brasileiro (MDB) formam a coligação, até o momento.

Outros pré-candidatos

Atualmente, além de Theodorico Ferraço, Cachoeiro conta com mais quatro pré-candidatos a prefeito declarados: a ex-secretária municipal Lorena Vasques, representando o campo governista; o advogado Diego Libardi (Republicanos), que já foi aliado de Ferraço; o vereador bolsonarista Léo Camargo (PL); e o ex-prefeito Carlos Casteglione (PT).

O coronel da Polícia Militar Fabrício Martins, ainda sem partido, também alimenta esperanças de se candidatar a prefeito, mas é um nome considerado como possível vice de Lorena Vasques, Diego Libardi ou Léo Camargo.

No cenário atual, a tendência é de que o governador Renato Casagrande acompanhe o desenrolar da campanha eleitoral em Cachoeiro com certo distanciamento, tendo em vista que mantém relações com mais de um concorrente. 


Coronel Fabrício se mantém no jogo eleitoral em Cachoeiro

Representante da Polícia Militar quer se candidatar a prefeito, mas é cotado como vice de algumas chapas


https://www.seculodiario.com.br/politica/coronel-fabricio-se-mantem-no-jogo-eleitoral-em-cachoeiro

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