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Lorenzo Pazolini inicia pré-campanha para governador em 2026

Primeiros passos visam conexão com extrema direita no interior do Estado

Republicanos

As eleições municipais de 2024 terminaram há poucos meses, mas a pré-campanha visando a disputa para o governo estadual de 2026 já começa a ganhar forma. Nas últimas semanas, o bloco governista incensou o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) como o preferido para ser o candidato de situação no pleito que acontecerá a pouco menos de dois anos. Nesse fim de semana, foi a vez do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), do campo de oposição, se colocar de forma explícita no jogo eleitoral.

Nesse sábado (25), Pazolini esteve na 35ª Festa do Tomate, em Venda Nova do Imigrante, na região serrana do Estado. Junto com ele estava o seu novo secretário de governo, Erick Musso – presidente estadual do Republicanos e especulado como pré-candidato à Câmara Federal – e o deputado federal Evair de Melo (PP), natural de Venda Nova e figura estridente da oposição, tanto a nível estadual quanto nacional.

O objetivo declarado da visita, segundo texto divulgado pelo próprio Republicanos à imprensa, é “estreitar os laços com lideranças locais” visando “uma base sólida que fortaleça sua trajetória rumo ao Governo do Estado”. As andanças de Pazolini seguirão pelos demais 77 municípios capixabas, mas o começo por Venda Nova do Imigrante não foi casual: também no texto foi citado o vínculo da cidade com Evair de Melo, “um dos maiores líderes da direita do Estado, sendo citado inclusive pelo ex-presidente Jair Bolsonaro [PL] como possível candidato Senado em 2026”.

Em 2022, Jair Bolsonaro recebeu 68,27% dos votos para presidente em Venda Nova do Imigrante, contra apenas 24,25% de Lula (PT). Venda Nova também foi um dos poucos municípios capixabas em que o bolsonarista Carlos Manato (PL) recebeu mais votos para governador (53,48%) no segundo turno contra Renato Casagrande (PSB), que ficou com 35,23%.

“Se a cidade se alimenta, se a Grande Vitória se alimenta, é porque vocês acordam três, quatro horas da manhã para trabalhar e para manter o Espírito Santo de pé!”, discursou Pazolini durante a Festa do Tomate, conforme vídeo nas suas redes sociais, afagando o público de Venda Nova.

Não é de hoje que Lorenzo Pazolini é cotado como possível candidato a governador em 2026. O prefeito de Vitória saiu fortalecido das eleições municipais de 2024, quando se reelegeu sem precisar de segundo turno, mesmo disputando contra os ex-prefeitos João Coser (PT) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Pazolini também foi citado como líder em intenção de votos para o governo estadual em um levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado no último dia 9 de dezembro.

Direita contra direita

Ainda falta bastante tempo até a disputa eleitoral de 2026. Mas, por enquanto, o cenário de candidatos a governador do Espírito Santo que se desenha é de uma disputa entre grupos de chapas de direita com acentos distintos. De um lado, o bloco de situação, com Ricardo Ferraço – por enquanto – à frente, representando uma frente ampla partidária social liberal, unindo partidos de esquerda e direita, mas com maior predominância e mais força dos direitistas.

Na oposição, com a possível presença de Lorenzo Pazolini, está em gestação uma candidatura da “extrema direita com discurso moderado” – a exemplo do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e outras figuras do partido Republicanos, que, apesar de manterem uma retórica menos agressiva, seguem o mesmo perfil ideológico e práticas semelhantes às dos bolsonaristas.

O “bolsonarismo raiz” do Partido Liberal (PL), possivelmente, também terá um representante no pleito. Carlos Manato cumpriu esse papel em 2022, mas informações veiculadas na imprensa capixaba dão conta de uma convivência conflituosa com o líder estadual da sigla, o senador Magno Malta.

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