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Ministério Público Estadual vai investigar gastos com viagens da ex-primeira-dama

O Ministério Público Estadual (MPES) vai investigar os gastos com viagens da ex-primeira-dama do Estado, Cristina Gomes, entre os anos de 2007 e 2010. A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do órgão, que confirmou o recebimento de um ofício do deputado estadual Sandro Locutor (PPS). O parlamentar pediu providências após receber as informações prestadas pelo governo de que o Estado bancou mais de R$ 83 mil na aquisição de passagens aéreas e hospedagens para a mulher do então governador Paulo Hartung (PMDB).

 

De acordo com informações divulgadas no blog do jornalista Elimar Côrtes, o deputado encaminhou a documentação para apuração de eventuais irregularidades com a consequente punição dos responsáveis. A expectativa é de que, se houver indícios da prática de crimes, o Ministério Público instaure um procedimento investigatório. Durante a fase de diligências, o órgão ministerial poderá solicitar mais informações sobre as viagens da mulher de Hartung.

Inicialmente, a promotoria deve se debruçar sobre a primeira lista de viagens da ex-primeira-dama, que inclui 63 passagens aéreas – para destinos nacionais e internacionais –, além de 20 registros de hospedagem em hotéis de luxo, localizados em bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, o governo estadual teria gasto R$ 83,7 mil com as passagens, cuja motivação não foi revelada pelo secretário-chefe da Casa Militar, coronel Helvio Brostel Andrade, responsável pela guarda das informações.

Na última terça-feira (16), o governador Renato Casagrande divulgou, em entrevista coletiva à imprensa, a lista de viagens feitas pela ex-primeira-dama. Essa mesma relação já havia sido publicada, em primeira mão, por Século Diário no mês passado. O documento revela que uma parte das viagens foi realizada durante o final de semana, sobretudo os deslocamentos para Rio e São Paulo. Essas duas capitais foram o destino de 59 viagens da ex-primeira-dama nos quatro anos finais de governo Hartung (2007 a 2010).

Na ocasião, o socialista classificou a utilização dos recursos públicos para fins particulares como inaceitável. Para ele, não existe uma “explicação plausível” para o gasto de dinheiro público com viagens particulares. Casagrande defendeu ainda a abertura de investigações que vão esclarecer a legalidade ou não dos pagamentos. Como resposta às acusações, o ex-governador Paulo Hartung afirmou que a esposa o acompanhava em missões oficiais. Logo depois, o peemedebista mudou a versão e passou a afirmar que as viagens nacionais eram para tratar de temas referentes ao projeto do Cais das Artes.

O Ministério Público ainda deve analisar novas informações – que já foram reveladas por Século Diário – sobre viagens referentes ao primeiro mandato de Hartung. Entre 2005 e 2006, a psicóloga Cristina Gomes fez 23 viagens para Rio de Janeiro e São Paulo ao custo de R$ 8,58 mil, somente com passagens aéreas. Deste total, 14 viagens foram feitas sem a companhia do marido, somando os quatro anos do segundo mandato o número de viagens desacompanhadas sobe para 41. 

Na época da divulgação das viagens, em agosto passado, o assunto ganhou repercussão nacional após a reprodução das informações divulgadas pelo jornal na coluna do jornalista Cláudio Humberto, que é replicada em dezenas de publicações em todo o País. O tema só chegou ao debate eleitoral no Estado após a intervenção de Casagrande na entrevista à TV Guarapari e, na mesma semana, tornou a abordar o assunto no debate da TV Tribuna, realizado na última sexta-feira (12). Na ocasião, ele pediu explicações ao candidato do PMDB sobre os “passeios” da ex-primeira-dama.

 

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