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Palácio Anchieta esvazia PEC que poderia reconduzir Ferraço pela quarta vez à presidência da Assembleia

As cutucadas do deputado Theodorico Ferraço (DEM) no governador Paulo Hartung (PMDB) prejudicaram sua articulação em busca do quarto mandato consecutivo à presidência da Mesa Diretora da Assembleia – o primeiro foi tampão. Corre nos bastidores da Assembleia que havia uma coleta de assinaturas em curso para a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitiria a reeleição na mesma legislatura, o que viabilizaria o nome de Ferraço

 

Tudo ia bem, o atual presidente teria conseguido o número mínimo de assinaturas dos colegas, mas o governador entrou em campo para esvaziar a proposta. E alguns deputados retiraram as assinaturas do documento antes do carnaval. O líder do governo na Casa, Gildevan Fernandes (PV), é quem estaria convencendo os aliados retirarem as assinaturas. O movimento do governo começou antes do carnaval. 
 
Hoje, apenas os descontentes com o governador estariam ratificando o apoio à PEC de Ferraço. O governo trabalha para que Rodrigo Coelho (de saída do PT) possa ser eleito o novo presidente da Casa em 2017, quando deixaria a Secretaria de Ação Social e retornaria para o Legislativo para presidir o poder. 
 
A PEC seria uma forma de os descontentes evitarem a eleição de Rodrigo Coelho, considerado muito governista, o que fragilizaria o Legislativo diante do Executivo. A imprevisibilidade do demista protege os deputados. A manutenção na presidência seria um meio de Ferraço se fortalecer politicamente, mas a forma como ele vem criticando o governo pode acabar afastando os parlamentares e enfraquecendo seu poder de enfrentamento com o Executivo. 
 
Fica então o impasse, os deputados não estão dispostos a aceitar Rodrigo Coelho e o governo parece disposto a evitar uma nova reeleição de Ferraço. Para os meios políticos ficará difícil encontrar um nome no plenário que atenda as demandas do Executivo e ao mesmo tempo proteja o Legislativo. Com as eleições de outubro, o plenário deve sofrer modificações, o que trará novos quadros e um cenário diferente na Casa para se discutir a eleição. 
 
Ferraço chegou à presidência da Casa, em 2012, com a ida do então presidente Rodrigo Chamoun para o Tribunal de Contas do Estado (TCES). Ferraço que era o vice assumiu o cargo e não saiu mais. Na época a reeleição era proibida e a primeira brecha foi justificada pelo fato de esse primeiro mandato ser tampão. 
 
Ao fim do biênio, uma PEC foi apresentada para permitir a reeleição entre uma legislatura e outra. Agora, a nova PEC permitiria a reeleição também dentro da legislatura. Mas, pelo visto, não será desta vez que o presidente da Assembleia irá vencer o cabo de guerra contra o governador. 

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